Que a Copa do Mundo de Futebol não tem nada a ver com a integração de nações, todos estamos carecas de saber. É um evento eminentemente comercial, onde os times ou os países são meros coadjuvantes. O brilho realmente está destinado às marcas patrocinadoras ( Nike, Adidas, Umbro, Fila, Coca Cola, as redes mundiais de TV, etc).
Elas têm influencia direta na escolha do país-sede para promover o evento que dura pouco mais de um mês, porém os preparativos levam anos.
O Brasil foi agraciado com a escolha da sede da Copa 2014, após uma dura batalha com outros países. Pois isto dá ao país escolhido grandes retornos financeiros, antes do evento, na construção da infra-estrutura, durante o evento, recebendo as delegações e fanáticos de todas as partes do mundo, servindo como uma vitrine para expor nossa cultura e nossos produtos, depois do evento, especialmente no desenvolvimento do turismo, etc.
Logo após a decisão pelo país-sede, vem outra disputa, agora pelas sub-sedes, e é nesse contexto que nossa querida Cidade Verde se encontra, travando uma briga acirrada com Campo Grande. Embora a Copa 2014 englobe todo o Brasil, aqui para nós foi denominada de “Copa do Pantanal”, fazendo referência ao santuário ecológico que dividimos com MS, sendo um potencial turístico. Neste sentido vamos mostra nossas vantagens e nossa única desvantagem em relação a Campo Grande.
Aqui não vamos falar da estrutura hoteleira atual da região, nem das vias de acesso, apesar deste governo pouco ter feito pelo desenvolvimento do turismo no estado, pois a infra-estrutura fará parte do pool de obras destinadas à cidade sub-sede, que é o maior interesse das autoridades, obras, BDI, etc.
1. Vamos começar pela distância da sub-sede ao paraíso pantaneiro. Cuiabá já está no pantanal, pois Santo Antonio de Leverger está 26 Km, enquanto que Campo Grande está a 260 Km de Bonito.
2. Locais: a 100 km temos a transpantaneira, onde se pode observar a exuberância da região, a 130 Km estamos nas baias de Chacororê e Siá Mariana, a 200 Km temos Princesinha do Paraguai com seu majestoso rio e suas vitórias régias (Cáceres), Barra do Bugres com seu encontro das águas do Rio Bugres e Paraguai, Salto do Céu e sua bela cachoeira, Nobres com suas águas cristalinas que deixa Bonito-MS sem páreo para concorrer, entre outras regiões. Não bastasse termos os lugares mais lindos do pantanal em menor distância, ainda podemos oferecer ao turista algo que Campo Grande não pode, nossa bela Chapada dos Guimarães, com suas cachoeiras, seu chuvisco, como a campograndense Tetê Spindola cantou, a cidade de pedra e todo o mistissísmo que a envolve. Se o turista quiser também poderá deleitar-se de algo que Campo Grande jamais oferecerá, nossas Águas Quentes, a pouco mais de 60 Km, um pulinho. Além do pantanal temos o cerrado e ainda a Amazônia legal. Não bastasse tudo isso, temos algo que ninguém nos ganha, nossa hospitalidade e na forma de receber os forasteiros, até os elegemos governador e deputados, mesmo que aqui tenham vindo para desmatar nossas belezas naturais, amazônia e cerrado.
Porém á única desvantagem que temos em relação a Campo Grande, acredito ser superior a todo o exposto acima, é justamente o lado econômico do evento. Os grupos que financiam a Copa, uma dessas empresas que paga milhões para poder ter exclusividade na transmissão dos jogos, é justamente a TV Globo. Embora tenhamos argumentos suficientes para que a escolha seja Cuiabá, mesmo nossas autoridades num momento de lucidez, uniram-se para trazer o evento para cá, basta que essa empresa expresse seu desejo de atender a uma de suas afiliadas, e lá se vai nosso sonho de sediar uma copa do mundo. Infelizmente a TV Centro América tem sede em Campo Grande, aí estamos em desvantagem.
Carlos Veggi é Consultor e Curioso do Mundo.