A semana que passou encerrou para o Governo de Mato Grosso, com dois problemões: a constatação de que o déficit financeiro será de R$ 900 milhões neste ano. A outra, o atraso no repasse do duodécimo dos poderes por dois meses seguidos. Os dois fatos possuem potencial de criar mais uma crise política para o governador Pedro Taques e o seu governo.
Nos poderes existe por enquanto espírito de conciliação. Mas num eventual terceiro mês atrasado haverá conseqüências graves. Lembro: em 1995 na gestão Dante de Oliveira o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Licínio Carpinelli, entrou com pedido de intervenção federal em Mato Grosso por conta de três atrasos no duodécimo. O Supremo Tribunal Federal não acatou, mas o desgaste político do governador foi enorme.
A questão do déficit além de eventuais culpas da gestão estadual está ligada à crise brasileira. Mas a crise vai acabando devagar e tem data pra mudar. O fim do mandato Dilma Rousseff deverá trazer a pacificação da economia brasileira e restaurar a curva do crescimento. Todos os grandes economistas brasileiros e analistas internacionais debitam à quase ex-presidente a quebra da segurança jurídica e dos fundamentos da economia brasileira. Sem a tosca ideologia que norteava o governo esquerdista, o Brasil volta a ser bom endereço pra investimentos e logo, pra uma nova onda de crescimento econômico.
Porém, a gestão dos governos a eles pertence. Há que se conter o crescimento dos gastos públicos com braço forte. O governo de Mato Grosso tem exemplos recentes no governo Dante de Oliveira de mão forte sobre os gastos públicos.
Bom registrar que a sociedade atual está pronta pra grandes mudanças. Basta que elas sejam verdadeiras e devidamente explicadas aos cidadãos. Traduzindo: o governo Pedro Taques tem em mãos a oportunidade de se reescrever depois de uma sucessão de equívocos e de leituras erradas que o arranharam profundamente.
Aproveitar as oportunidades, além de estratégico, indica a personalidade dos estadistas. O que não for corrigido agora pesará forte em 2017 e anos seguintes. Crise, risco e oportunidades são parentes muito próximos!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso