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Cores e sensações

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Sabe aquele cantinho que você acha quando quer escapar da correria do dia a dia? Aquele lugar que te proporciona paz, quando o estresse dos grandes centros já sufoca e você precisa dar um tempo? Em Mato Grosso, distante 60 quilômetros de Cuiabá, está estrategicamente localizada a cidade de Chapada dos Guimarães que reúne a mais bela paisagem natural ainda pouco conhecida pelos viajantes do Brasil e do mundo.

A Chapada é mística e digo também que é vanguardista. As pessoas que por lá circulam têm muita história para contar. É terra das águas, dos morros, dos ventos e dos festivais e há quem acredite também nas energias cósmicas, nos contatos com seres extraterrenos, nas energias que vêem do céu.
 
Agora, Chapada dos Guimarães está fazendo o caminho contrário de Cabral. No dia 7 de abril, a cidade está iniciando sua inserção em Lisboa, no Palácio Cabral e com a mostra de fotos, o interesse é falar para o resto do mundo que Mato Grosso tem algo além do desmatamento e que não é só de soja que vive o homem. A mostra fotográfica fala de arte e pensa em turismo.

Conheci o fotógrafo Chico Venâncio em outubro de 2008 e fiquei encantada com as imagens que ele conseguia captar e, consequentemente, transmitir o que se sente na atmosfera da cidade. Logo no início de 2009, o Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Cultura, lançou uma nova edição do Projeto de Apoio à Cultura (Proac) e não pensei duas vezes em apresentar o trabalho do Chico. A mostra fotográfica que vai para Europa leva o nome: “Cores e Sensações” e posso dizer que enquanto Chico Venâncio percebia as cores, a soma do trabalho do fotógrafo José Luiz Medeiros refletiu as emoções, as sensações e deu um diferencial no que se pode enxergar de Mato Grosso.
 
A coluna dessa exposição é a Secretaria de Cultura do Estado, mas as pernas foram dadas pelo Sebrae, que está incentivando o Circuito Lusófono, e a Dom Produções. Parcerias indispensáveis para que se cruzassem mares nunca antes navegados. Além de Cores e Sensações, Portugal também recebe a exposição de sete artistas plásticos, Gervane de Paula, Dalva de Barros, Benedito Nunes, Jonas Barros, Sebastião Mendes, Vitória Basaia  e Regina Pena que expressam os olhares nativos, ocupando seus pequenos e significativos espaços dentro da imensidão do Pantanal.
 
Não posso deixar de manifestar a alegria em ver esse trabalho acontecer e convenhamos, pensar em arte, seja lá qual seja sua esfera, não tem sido o forte de Mato Grosso e por isso, vale a dica para a consciência de que há um mercado a ser explorado e há um turismo ainda tímido. O entretenimento também faz circular dinheiro, mas transmite reflexão, beleza e análise. Além das artes visuais, onde estão nossos espetáculos teatrais? Nossos balés? E assim por diante. Tomara que os recursos da Copa de 2014 pinguem em outras áreas.
 
Thaís Raeli é jornalista em Cuiabá

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