A situação no país todo vem se agravando tão logo as atribuições foram repassadas da FUNASA para os municípios. Uma que o conhecimento sobre o combate e controle pelas prefeituras é muito limitado devido não possuírem, de modo geral, pessoas qualificadas e habilitadas, em numero suficiente para atender a demanda da atividade. Mato Grosso não é diferente de outros estados da federação. E, a maioria das cidades está como a mídia tem divulgado, com índice de infestação elevado, e com a doença se manifestando em casos consideráveis… Porém, parece que nem mesmo dados estatísticos se devem possuir. Ou por desconhecimento do assunto, ou por desinteresse pela causa.
Pois bem. Nesses casos, se houvessem interesses e conhecimento, saberiam o que se deve fazer. Pois o serviço de estatística levantaria os dados, e de posse dessas informações, se saberia as ações que deveriam ser tomadas. Ou melhor, conhecendo os índices de infestação do Aedes e sabendo o seu ciclo de vida, há como traçar estratégias combate, com bloqueio e ataque com uso de inseticidas e destruição de criadouros. A FUNASA detém todo o conhecimento ao longo de mais de 5 a 7 décadas de experiências no combate e controle do mosquito. E num caso de emergência, há que se convocar o Exército Brasileiro para essas ações de combate e controle do mosquito, com o devido treinamento e equipamentos e produtos químicos para tanto.
Todavia, se tem notado fortemente a vulnerabilidade que a nossa população se encontra, exposta à dengue, febre chikungunya, dengue zika e até mesmo a febre amarela, uma vez que o mosquito tigre asiático transmite todas essas doenças, bastando o vírus em circulação. Assim, as cidades estão desprovidas da devida proteção.
Outrossim, é importante que o poder público forneça, através da mídia, das escolas, e/ou outros meios, palestras de educação em saúde, folhetos impressos, etc. …com instruções claras e simples para a eliminação de criadouros, pelo cidadão comum, bem como todo apoio logístico para tanto. (Todo mundo sabe como fazer, mas continuam todos expostos ao problema, por conta de pessoas desleixadas e até mesmo irresponsáveis). E também deve o poder público municiar de informações sobre o combate e o controle do mosquito com uso de inseticidas, para bloqueio e se evitar que a doença se alastre. Isso é urgente! Ou então que o poder público realmente abrace a causa e assuma as ações de controle e combate ao mosquito Aedes. A situação é muito grave. Fato.
Vale lembrar que, a dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos (Aëdes aegypti e Aëdes albopictus), que picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito comum.
E merece que se saliente que o povo deve estar consciente de que tem o dever e a obrigação de cuidar do ambiente interno da sua propriedade, para que se evite a presença de criadouros em sua casa. Uma vez que o mosquito Aedes possui hábitos domésticos e procria facilmente em águas limpas e paradas. Assim é dever de todos não permitir a presença de condições favoráveis aos criadouros nas suas casas.
Domingos Sávio Bruno é engenheiro Florestal em Mato Grosso – ex-gerente de Distrito Técnico Administrativo/FUNASA
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