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Consumo, eis a questão (final)

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Em artigo anterior trouxe aqui alguns dados sobre o consumo na vida moderna e no mundo. São dados alarmantes, principalmente porque para manter esses níveis, os processos industriais estão consumindo 1 planeta e mais um terço. Quer dizer: a geração atual está comendo um pedaço do planeta que caberá aos nossos descendentes. Recebi muitas manifestações de apoio e outras críticas bem fortes. As duas posições são importantes, porque o artigo serviu para produzir exatamente o que dele se espera: reflexão.

Gostaria de concluir principalmente depois que a Cop15 na Dinamarca e não chegou a acordos esperados sobre o meio ambiente exatamente no tocante ao futuro. Os países ricos não querem mexer no seu figurino industrial. Dados atuais indicam que se todos os países do mundo consumissem no mesmo nível em que consome a população dos países ricos, quatro planetas seriam necessários para suprir a demanda. Isso é suicídio certo.

O aquecimento global é o problemão do futuro próximo. O que causa a emissão de gases de efeito estufa? Uso de combustíveis fósseis no transporte; uso de energia elétrica; tudo o que usa energia elétrica e transporte e, portanto, todo e qualquer consumo de todo e qualquer produto ou serviço.

Outros dados também são arlamantes. Nos Estados Unidos 426.000 telefones celulares são descartados todos os dias, e no mundo, 3 bilhões de pessoas possuem celular: se trocarem a cada 2 anos serão 4.200.000 celulares descartados todos os dias. 50 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos por ano, encheriam um trem de carga dando a volta ao mundo. O lixo eletrônico cresce 3 vezes mais que lixo comum. O futuro aparece em sinais como o da Inglaterra, onde as crianças inglesas acham que não ter celular é sinal de pobreza. Sinal absoluto de consumo progressivo.

É fácil fazer uma conta. O simples exercício de tomar um café. O café vem de uma longa história desde o seu plantio, os insumos, a colheita, a industrialização até chegar à mesa. Em cada uma das etapas produtivas do café estão envolvidos dezenas de processos industriais paralelos, como o das máquinas usadas. Para chegar à mesa, passa pelo mercado, pelos sucessivos transportes, pelo gás, pela xícara, tudo com histórias de cadeias produtivas anteriores. O açúcar ou adoçante tem outra longa história, etc. Bom, tomou-se o café. E agora, vem o xixi, e se abre uma nova cadeia, a da água usada na descarga do vaso, o papel higiênico, o vaso, os metais, o esgoto e, lá na frente, o seu eventual tratamento. Tudo produz resíduos sólidos e químicos.

Agora, imaginar que uma pessoa moderna lida com, no mínimo 100 produtos diariamente, estamos falando de milhares de cadeias produtivas associadas. Todas nascem e morrem usando recursos naturais extraídos do planeta. E a sua produção implica em lixo e na liberação de gases que sobem à atmosfera.
Por tudo isso, a Cop15 foi realmente um fracasso porque dela se esperavam linhas de responsabilização para o futuro. Mas o que saiu de lá foram defesas vergonhosas dos países ricos com suas indústrias poluentes e com o seu consumo desenfreado. Voltarei ao assunto, relacionando-o com a economia de Mato Grosso.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

 

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