Participei da apresentação do modelo de concessão de cinco, dos principais aeroportos de Mato Grosso, pelo governador Pedro Taques nesta segunda-feira (04). Preciso confessar que sou um verdadeiro entusiasta desse programa. Afinal, no tempo em que estive à frente da pasta de Turismo na atual gestão, trabalhei para transformar anseios em realidade, uma vez ciente do potencial que nosso Estado possui. Afinal, qual outro tem três biomas: Cerrado, Pantanal e Amazônia?
Com grande potencial para o ecoturismo, Mato Grosso é um gigante em belezas naturais, além de ser considerado o celeiro do Brasil. Razões para alavancar e incentivar o setor aeroviário não faltam. Tampouco vontade da nossa parte. Mais do que fomentar voos regionais e nacionais, nosso ideal é reinserir nosso Estado no roteiro internacional, como foi nos tempos da Copa do Mundo de 2014. Mas isso é assunto para um próximo artigo.
O que gostaria de tratar nas linhas atuais é sobre os avanços que conseguimos para o ‘Trade Turístico’ e toda a sociedade mato-grossense nos últimos anos. Exemplo clássico disso é a criação do Programa Voe MT, idealizado pelo governador Pedro Taques, e que contou com minha participação direta e de outros secretários, bem como com o aval dos parlamentares estaduais, e que prevê a desoneração da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) para a compra do querosene de aviação.
Sem incentivos fiscais, os custos operacionais inviabilizavam a criação de diversos novos voos. Essa medida fez a aviação literalmente decolar em nosso Estado. Evidentemente devemos considerar que o céu ainda não é de brigadeiro. Temos muito a evoluir. Mas também não podemos discordar que Mato Grosso está no caminho certo.
O Voe MT fez com que as companhias aéreas pudessem ampliar suas rotas. Além do vôo comercial direto para Cuiabá saindo de Barra do Garças, a Azul Linhas Aéreas inaugurou recentemente uma nova rota; desta vez, Barra-Cuiabá-Goiânia. Também o novo trecho entre a Capital e a cidade de Sorriso. Já a companhia Asta inaugurou o voo de Tangará da Serra, Campo Novo dos Parecis e Primavera do Leste. E ainda para este ano, teremos inúmeras outras cidades atendidas.
Além do mais, realizamos, em parceria com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, municípios e empresários, diversos investimos em melhorias na infraestrutura dos nossos terminais aeroviários de Barra do Garças, Sorriso e futuramente nos aeroportos de Tangará da Serra e Cáceres. No entanto, sozinho o Governo não consegue fazer tudo. Precisamos do apoio da iniciativa privada. Por isso acreditamos ser boa a proposta de concessão dos aeroportos de Cuiabá, Sinop, Barra do Garças, Rondonópolis e Alta Floresta.
Mato Grosso já aderiu ao programa nacional de concessões de aeroportos do Ministérios dos Transportes e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que deverá fornecer a outorga de 13 terminais aeroviários brasileiros. Para se ter uma ideia dos impactos positivos para nosso Estado, o aeroporto Marechal Rondon deverá receber R$ 518 milhões durante o período em que estará nas mãos da iniciativa privada; Sinop, R$ 82,5 milhões; Alta Floresta e Rondonópolis, R$ 69 milhões cada um; o de Barra do Garças, R$ 50,7 milhões. Detalhe: capital proveniente da iniciativa privada. Assim, encerro confiante de que Mato Grosso decolou quando o assunto é aviação civil. Torço para que em breve possamos respirar novos ares.
Luís Carlos Nigro é empresário e representante do Trade Turístico em Mato Grosso, ex-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes e foi secretário adjunto de Estado de Turismo.