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Começa o jogo

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Sábado é dia 1º de setembro. É uma data normal para nós outros, pessoas normais. O meu calendário informa que é um dia especial (além de ser sábado, que um dia especialíssimo, bem explicado) apenas para os profissionais de Educação Física. Mas, setembro é um mês decisivo para os que desejam disputar eleições no ano que vem, e também para aqueles que são envolvidos por ela.

Setembro é o último mês em que os futuros candidatos terão que decidir, um ano antes do pleito, por qual partido vão concorrer. Portanto, a partir de sábado, sobram apenas 30 dias para os futuros candidatos decidirem suas filiações.

Comentei algo sobre a importância dos partidos políticos no artigo anterior. Embora a maioria das pessoas não considere o partido na hora de escolher o seu candidato (como revela pesquisa da KGM aplicada em Cuiabá no mês passado), o partido serve de vetor para o candidato, por força da legislação, afinal, não há candidaturas avulsas no Brasil. Só podem concorrer os filiados a um partido político legalmente constituído, e há pelo menos um ano da data de realização do pleito.

Portanto, o partido será muito importante. Senão no dia da eleição, o será em setembro vindouro, e também em junho do ano que vem, que é o mês em que as convenções são realizadas. E a convenção, como bem o sabe o estimado leitor, é quem escolhe os candidatos.

Se me perguntarem como escolher o partido certo para disputar uma eleição para vereador ou prefeito, cargos a que se concorrerá no ano que vem, eu diria que a resposta é muito simples: escolha aquele com o qual tenha mais afinidade política e ideológica, cujos programa e estatutos possam ser plena e conscientemente aceitos por você e por seus princípios políticos e de vida.

Na prática, no entanto, esse critério é ignorado pela maioria dos que se filiam a partido, especialmente os candidatos. Os critérios mais usuais são representatividade de seus membros (quantos membros do partido ocupam cargos eletivos ou nomeados importantes) e qual estrutura ele poderá oferecer ao candidato.

Há outros, entretanto, que devem ser levados em conta, fora a questão ideológica levantada acima. A capilaridade do partido pode exercer importância equivalente ou superior à representatividade dos cargos ocupados e estrutura. Um partido que represente segmentos sociais importantes terá sempre mais competitividade em eleições.

A capacidade de articulação do partido é outro dado fundamental. O partido em si, a sigla, é uma abstração jurídica. O partido é na prática a formação dada por seus membros, pelas pessoas. Partidos com mais tradição costumam ter mais capacidade de articulação, e também mais capilaridade, porque tem membros mais comprometidos e experientes.

Enfim, o fato é que teremos no mês de setembro muitas mudanças partidárias aqui e no Brasil afora. É importante o eleitor observar os critérios (pelo menos os critérios alegados e anunciados) que os futuros candidatos empregarão na dança partidária.

Trocar de partido não é algo reprovável, a priori. Trocar de partido se justifica em muitos casos, entre eles o fato de o militante simplesmente mudar de opinião sobre o programa e o estatuto. Para mudar, basta viver. Em todo o caso, a falta de critérios sustentáveis na atitude dos políticos em relação aos partidos, sem exceção, é que têm reduzido a importância dos partidos na percepção do eleitor, do cidadão. Para começarmos a melhorar a imagem dos partidos, cuja existência e fortalecimento é fundamental para a política e para a democracia, precisamos mudar primeiro a atitude dos políticos, das pessoas. Vamos observar como será. O jogo está começando.

Kleber Lima é jornalista pós-graduado em marketing e consultor da KGM [email protected]

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