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Coisas de pai

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Mais um dia dos pais chega e há quase seis anos essa data tem um significado diferente na minha vida. Foi a chegada de Maria Raquel, minha filha, que substituiu um vazio que marcou meus 11 anos. Tem muita gente que fala que meus caminhos foram traçados a partir da morte de meu pai, mas poucas pessoas sabem que mesmo o pouco tempo que esteve presente em nossas vidas, ele nos ensinou o caminho do bem. Como seria bom tê-lo aqui conosco.

Mas não quero nessa data festiva contar as tristezas e a dor que sua ausência nos causa. Quero falar da importância da estrutura da família e de conceitos que fortalecem esse alicerce. Hoje, nos vemos em meio à maternidade precoce, aos filhos sem pais e a dificuldade do planejamento familiar. Recentemente, Mato Grosso foi vanguardista no reconhecimento da paternidade de forma voluntária. Todos querem ter um sobrenome, ser reconhecido como filho. Crianças e adolescentes de Mato Grosso realizaram este sonho. Até quem estava na cadeia foi chamado ao fórum e um suposto pai reconheceu a paternidade de nove filhos.

Para que isso acontecesse, o corpo docente fez um levantamento dos estudantes da rede pública que estão sem o nome do pai na certidão de nascimento. Repassaram as informações para a justiça, que marcou as audiências. Nos corredores do fórum, mães e filhos esperavam para ser atendidos no mutirão. Teve até exames de DNA.

Outro orgulho nosso aconteceu recentemente. O Ginásio Aecim Tocantins, em Cuiabá, foi palco da união de 4.175 casais. O casamento comunitário, promovido pela primeira-dama, Terezinha Maggi (Setecs), envolveu mais de mil voluntários. Foi o maior casamento coletivo realizado no Brasil e deve ser registrado no livro dos recordes, o que também coloca Mato Grosso na vanguarda dos Estados que prezam pela família.

Nessa preocupação com a qualidade de vida da família e com as crianças e com os adolescentes, há dois anos apresentei uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC nº 13/07), que prevê a presença de psicólogos e assistentes sociais nas escolas de ensino público de todo país como medida preventiva da evasão escolar e para detectar o que os olhos não veem sem esses especialistas.

A escola exerce hoje o papel de acompanhamento familiar, pois cada vez mais os pais vivem em função do mercado de trabalho. A realidade transfere para a escola esse papel e por meio desse acompanhamento psicossocial, temos condições de identificar as dificuldades de aprendizado que o aluno enfrenta. O mais importante é que a presença desses profissionais junto aos alunos facilita a identificação de problemas psicológicos, que sinalizam que a criança sofre dentro de casa os crimes de agressão física, moral e até mesmo sexual.

No meio de identificar a carência afetiva desses jovens, é muito comum que muitos deles se sintam discriminados pela falta da presença paterna, mesmo que não seja dentro de casa, mas em suas vidas. Por isso, nesse Dia dos Pais, quero parabenizar os pais que estão presentes, os pais que assumem o papel de mães, as mães que são verdadeiros pais, os avós e todos aqueles que querem manter o fortalecimento de uma sociedade com amor. Aproveito também o momento para alertar os jovens sobre os cuidados com a paternidade, bem como a maternidade, e pedir para que ponham a mão na consciência e ajudem a cuidar de suas famílias. Parte da violência de nossa sociedade é puramente falta de carinho e de cuidados. Amor ao próximo não custa nada.

Valtenir Pereira é defensor público licenciado e deputado federal pelo PSB de Mato Grosso.

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