Infelizmente como infectologista tenho visto uma prática entre os jovens que merece um alerta. Infectados pelo vírus do HIV estão transmitindo propositalmente a doença, principalmente entre os homossexuais masculinos na faixa etária de 18 a 40 anos.
Eles são adeptos da modalidade “bareback”, na qual gays fazem sexo sem o uso do preservativo, ou furam a camisinha conscientes que são portadores do HIV formando o ‘clube do carimbo’. A febre inconsequente cresceu tanto que criaram blogs e grupos onde eles compartilham técnicas de como fazer o passo a passo para ‘carimbar’ o parceiro (contaminá-lo) e ainda incentivam o sexo sem camisinha.
Os jovens usam além da balada em boates, em festas sigilosas em que acontece a roleta russa, as “conversion parties” em que entre os convidados existem os "bug chasers" (caçadores de vírus) e os gift givers" (presenteadores do vírus), que são os soropositivos dispostos a contaminar propositalmente ou com consentimento. Tudo em busca de uma adrenalina que não passa de uma ilusão. A juventude parece desconhecer os riscos e a gravidade da doença e isso pode voltar a se tornar uma epidemia.
Sabemos que há vários tratamentos com coquetéis de remédios que garantem hoje uma sobrevida para o infectado soropositivo, mas não podemos esquecer que ser contaminado pelo HIV é para a vida inteira. Não tem cura. Portadores do vírus HIV estão morrendo mais de doenças como infarto, diabetes, acidente vascular cerebral e câncer que são efeitos colaterais dos medicamentos.
Aos jovens vão o nosso alerta como profissionais de saúde que o efeito da adrenalina passa e ai vem a realidade com a discriminação, os efeitos colaterais dos medicamentos e em alguns casos, depressão e abandono por parte da própria família ou grupo social.
Os exames de HIV devem ser feitos rotineiramente como fazemos exames de sangue de controle como colesterol e glicose. E também quando se mantém uma relação sexual sem o uso do preservativo.
Não brinquemos com a nossa vida, a desperdiçando por modismos que ela é o bem mais precioso que o ser humano possui.
Luciano Ribeiro é médico infectologista