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Cinco lições de Muhammad Ali

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Muhammad Ali foi e é um dos meus ídolos, e não apenas como esportista, mas como ser humano. Sua trajetória é repleta de exemplos de coragem, coerência e persistência. Pagou alto preço por sua firmeza, ao recusar-se a lutar na guerra do Vietnã, mas não renegou a si mesmo. Respeitando suas próprias convicções, preservou sua dignidade; mantendo-se íntegro, conquistou a admiração de milhões, em todo o mundo. Por isso, tornou-se provavelmente o mais influente atleta de todos os tempos, recebido, respeitado e até temido por poderosos chefes de Estado.

Do que li e assisti sobre Muhammad Ali,recolhi cinco lições principais que aqui compartilho com os que não tiveram oportunidade de acompanhá-lo.

Lição nº1: Não abaixar a cabeça, nem se deixar humilhar.

Ao retornar a sua cidade natal após a conquista da medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Roma em 1960, Muhammad Ali foi impedido de beber um suco num restaurante, reservado a clientes brancos conforme as regras da segregação racial então vigente. Em vez de se conformar, Ali denunciou o fato e tornou-se ativista da luta pelos direitos civis. Hoje, a cidade de Loiusville celebra sua memória com nomes de avenida, museu e escola.

Lição no 2: Coragem para assumir sua opinião e enfrentar as consequências.

Convocado para lutar na guerra dos Estados Unidos contra o Vietnã, Ali recusou o alistamento, numa época em que ainda eram muito poucos os que se opunham à guerra. Declarou que não iria a 10 mil km de sua casa para matar pessoas pobres que nunca lhe haviam feito nenhum mal. Foi destituído de seu título de campeão mundial de pesos-pesados, proibido de exercer sua atividade de boxeador profissional e condenado a cinco anos de prisão, tendo perdido milhões de dólares em contratos publicitários e sofrido espionagem ilegal. Perdeu poder, dinheiro, trabalho e liberdade. Nada disso o fez recuar de sua posição. A história lhe deu razão. Foi inocentado pela Suprema Corte e os Estados Unidos derrotados, após centenas de milhares de mortes inúteis.

Lição no 3: Ninguém é invencível, nem mesmo Ali.

Quando voltou aos ringues, após anos sem poder lutar, Muhammad Ali foi derrotado por Joe Frazier, na chamada Luta do Século. Mesmo aqueles que são considerados os melhores em seu ramo de atividade estão sujeitos a erros e pagam caro por eles. Grandes atletas, como Zico, Senna e Guga, também sofreram derrotas amargas, assim como importantes líderes políticos.

Lição no 4: Os grandes voltam maiores depois de uma derrota.

A derrota destrói os fracos e revigora os grandes, quando têm a humildade de aprender com seus erros. Depois de perder, Muhammad Ali voltou melhor, menos jovem e impetuoso e mais consciente, cerebral, preparado e determinado. Derrotou Frazier em duas novas lutas nos anos seguintes.

Lição no 5: Voar como uma borboleta, picar como uma abelha.

Assim, Muhammad Ali definia o seu estilo. Mas por trás da retórica, o que assegurou seu sucesso foi uma extraordinária combinação de estratégia, disciplina e trabalho, da qual o melhor exemplo foi a sua inesquecível vitória contra George Foreman, lutador talentoso e bem mais novo, mais alto e mais forte que Ali. A estratégia desenhada, minuciosamente relatada no documentário 'Quando éramos reis', foi perfeita para as circunstâncias e a sua brilhante execução foi fruto de uma disciplina exemplar. Nas semanas que antecederam a luta no então Zaire, Ali conquistou a torcida apaixonada dos africanos e desestabilizou emocionalmente o adversário. Como nas páginas da 'Arte da Guerra' de Sun Tzu, ao pisar no ringue naquela madrugada, a batalha já estava psicologicamente vencida por Ali, que reconquistou seu título mundial.

Muhammad Ali foi muito mais que o maior boxeador da história. Foi um gigante na luta pelos direitos do seu povo e um herói épico, credor da admiração universal. Seu exemplo e suas lições continuam a ensinar e a inspirar a muitos, atletas ou não.

Luiz Henrique Lima – auditor Substituto de Conselheiro do TCE-MT – Graduado em Ciências Econômicas, Especialização em Finanças Corporativas, Mestrado e Doutorado em Planejamento Ambiental, Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia.

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