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Carta aberta do greenpeace

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Lendo uma reportagem do jornal Estado de São Paulo, que trata da moratória em relação a compra de Soja produzida na Amazônia, dirijo-me a esta Organização com a finalidade de expressar minha opinião em relação a matéria.
Inicialmente “Nossa alma não está a venda”, para que organismos internacionais e empresas multinacionais se unam para decidir nossos destinos e o de tantos brasileiros que vivem nessa região.
Nós brasileiros, que viemos de outras regiões do País, não viemos na ilegalidade, viemos sim para ocupar 50% dos solos da região com atividades relacionadas a produção rural, e nos foi extirpado, o direito sobre mais 30% de nossas propriedades, através de uma medida infeliz, do poder executivo, e da covardia do legislativo que se recusa a apreciar a matéria.
Muito se fala de desenvolvimento sustentável, mas infelizmente o claro objetivo desse órgão é impedir o crescimento econômico de nossa região, porque nossa capacidade de produzir assusta os Países ricos do mundo sobretudo os USA.
Nós produtores, técnicos, empresários e demais habitantes da Amazônia estamos dispostos a doar 50% de nosso patrimônio como forma de preservação para as futuras regiões. Em que lugar do mundo se encontra isso?
A utilização de terras públicas e indígenas naturalmente deve ser fortemente combatida pelas autoridades.
Minha proposta: Utilizar 50% de cada “Propriedade Rural” devidamente legalizada, para a produção agrícola, dentro da capacidade de uso dos solos do local.
Essas medidas são bastante razoáveis tanto para os produtores quanto para o meio ambiente, pois mais de 70% da Amazônia seguramente estariam fora do processo produtivo, ficando a disposição das futuras gerações.
Caso aqueles que falam em desmatamento zero, continuem com esta proposta sem o menor nexo, o destino da Amazônia pode ser bastante triste.
O que é melhor, 50% de preservação em cada propriedade, ou 100% de áreas degradadas?
O desespero está tomando conta de Produtores Rurais e Trabalhadores da região e eu pessoalmente já ouvi muitos dizendo: “Se nós não pudermos trabalhar vamos botar fogo em tudo” (não se esqueçam que temos em nossa região até 6 meses sem chuva), e este terrorismo será mais difícil de combater do que o da Al Qaeda.
É hora de sentarmos a mesa para negociar, dentro de bases razoáveis para os dois lados. Não venham com esta unilateralidade, onde vocês mandam e nós obedecemos. Isto não vai mais acontecer. Se as Ong’s e os Governos tem apreço pela Amazônia é hora de pensar bem, antes que esta área se transforme apenas em um enorme incêndio florestal, com conseqüências desastrosas.
Esta é a opinião de um mais brasileiro Patriota.
Hoje á a Soja, amanhã as carnes depois a madeira, e aí seremos abrigados a migrarmos de volta para onde viemos, deixando para trás toda uma história de lutas e sofrimentos.

Edson Castro Fonseca é agrônomo em Feliz Natal
[email protected]

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