sábado, 14/dezembro/2024
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Almoço grátis

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Os economistas continuam insistindo: não existe almoço grátis. O conceito cabe em muitas situações. Neste momento ele cabe na situação do Brasil. O almoço que aparentemente é grátis será pago de algum modo. Grátis é que jamais será!

Gostaria de aplicar o conceito economista no ambiente social, econômico e político que estamos vivendo. A raiz de toda a bagunça que o Brasil vive nesses campos tem o mesmo começo: na falta da educação nacional. De um lado, a educação brasileira nunca se preocupou com a construção de uma nação. Ele sempre foi dirigida pra vida pessoal de cada um de nós. Nunca no sentido coletivo. Nós somos uma nação: isso nunca foi considerado. De outro, a bagunça que se construiu por conta disso ao longo de séculos, uma hora teria que ser paga. Almoçamos de graça e agora temos que pagar um montão de preços de uma vez só!

Aos poucos o choque da esquerda com a direita no governo brasileiro, produziu uma síntese dialética de boa qualidade: uma sociedade insatisfeita e consciente de que precisa amadurecer. Ainda que não saiba como. Arnold Toynbee dizia no começo do século passado que "todo povo está pronto pra liberdade". Mais hora, menos hora, os brasileiros descobririam que precisavam sair da escuridão da ignorância histórica. Temos uma educação de submissão para o que devemos fazer e obedecer. Não temos uma educação de como fazer e gerenciar.

Fomos educados pra obedecer e temer o Estado e os seus gestores. Construímos alguns conceitos atrasados. Por exemplo, pagamos para tê-los e ainda os chamamos de autoridades. É o famoso complexo de vira-latas criado pelo escritor Nelson Rodrigues depois da derrota que o Brasil sofreu para o Uruguai na Copa de 1950. Olhamos pros dirigentes públicos com olhar baixo e respeitoso, aceitando deles coisas absurdas como leis, decretos, portarias inadequados e discursos gritados, como se fôssemos todos idiotas. Aceitamos e batemos palmas!

Parece que a catarse pós-PT está nos levando a descobrir que, afinal, não somos tão vira-latas como pensávamos. Leves reações nos animam neste breve começo de cidadania. Mas sem educação construtiva pouco mudará.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso

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