Sem entrarmos do mérito sobre a real data do seu nascimento, pois há evidências que não foi em 25 de dezembro, vamos falar um pouco sobre a missão de Jesus Cristo, quando esteve encarnado no Planeta Terra. Ele não veio destruir a lei de Deus, mas veio cumpri-la, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens.
Quanto às leis de Moisés, pelo contrário, as modificou profundamente. Combateu constantemente as práticas exteriores e as falsas interpretações, e não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que reduzi-las a estas palavras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo’, e ao acrescentar: ‘Esta é toda lei e os profetas’.
Disse: ‘o Céus e a terra não passarão, enquanto não se cumprir até o último jota’, alertando que era necessário que a lei de Deus fosse praticada sobre a terra, em toda a sua pureza e conseqüências, pois de nada adiantaria estabelecer essa lei, se ela tivesse que ficar como privilégio de alguns. Se todos somos filhos de Deus, sem distinção, somos objeto da mesma solicitude.
O papel de Cristo não foi simplesmente de um legislador moralista, sem outra autoridade que a sua palavra.Sua autoridade decorria da natureza excepcional do seu Espírito e da natureza divina de sua missão. Ele veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não está na terra, mas no Reinos dos Céus, ensinar-lhes o caminho que os conduz até lá.
Não obstante, ele não disse tudo, e sobre muitos pontos limitou-se a lançar o germe de verdades que declarou não poderem então ser compreendidas. Falou de tudo, mas em termos mais ou menos claros, de maneira que, para entender o sentido oculto de certas palavras, era preciso que novas idéias e conhecimentos viessem dar-nos a chave. Essas idéias não podiam surgir antes de um certo grau de amadurecimento do espírito humano. A ciência devia contribuir. Era preciso dar tempo à ciência para progredir.
Surge por volta de 1850 o Espiritismo como ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrefutáveis, a existência do mundo espiritual e as suas relações como o mundo material, mostrando que esse mundo não é nada de sobrenatural, pelo contrário, é uma das forças vivas e atuantes na natureza, como fonte de uma infinidade de fenômenos até então incompreendidos.
É a essas relações que o Cristo se refere em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que disse ficaram ininteligíveis ou foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a explicar tudo com facilidade.
Alei do Antigo Testamento está personificada em Moisés; a do Novo Testamento, em Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não está personificado em ninguém, porque é produto dos ensinamentos dados, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da Terra e por uma inumerável multidão de intermediários. O Espiritismo não veio destruir a lei, pois nada ensina de contrário aos ensinamentos do Cristo, mas o desenvolve, completa, explica, em termos claros o que foi dito de forma alegórica.
Que sejamos receptivos às bênçãos do Mestre de Nazaré!
Valcir José Martins é administrador em Maringá (PR)