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A nova, nova classe C

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Peço licença aos mais experientes nas variações de mercado, para me colocar e falar na brevidade que vivi.

Começo lá em 1994, quando moedas de um centavo começaram a ter valor para mim por mais de um mês e a poupança começou a "pagar" bem menos. Neste momento eu (por mérito de meus pais) já fazia parte da classe média, que também era conhecida como classe C, há alguns anos. O tempo passou, a estabilidade estabelecida melhorou o acesso ao crédito e junto com isso houveram melhorias no consumo em todas as classes; neste período no qual iniciava-se no país uma fase de mais saúde pública, mais educação e assistencialismo (com uma força ainda tímida), tínhamos muito por fazer (ainda temos muito por fazer).

Sei que neste período houve uma crise: classes A, B e C estabelecidas tiveram algumas perdas por ter de aprender a lidar com este mundo de baixa inflação, e vendo o assistencialismo ouvi nestas classes os gritos de oposição ao governo instalado aos atos assistenciais como culpas da ignorância. Como eu já era classe C, não vivi o que vou relatar agora, mas quando ouvi, me tocou profundamente o sentimento da necessidade de uma administração socialmente responsável como a que estava se iniciando, e uma mudança da avaliação que tinha daquele período, uma pessoa muito especial – que começou a fazer parte da minha vida em 1999 – em uma de nossas discussões políticas, derrubou todos meus argumentos de crítica ao que fora instalado com a seguinte frase:

"Você pode falar o que quiser, mas eu não vou ser contra quem fez com que eu e minha família pudessemos começar a comer carne todos os dias."

"Com todos os problemas gerados, eu não havia deixado de comer carne, de jogar video game, e muitas pessoas começaram a ter sua base preenchida."

Estava iniciando ali o que classificaram como a Nova Classe C, não se trata de uma classe C com menos dinheiro como muitos entenderam na época (e ainda entendem), se trata de uma classe que começou a ter tanto recurso quanto muitos já tinham desde que nasceram.

Muitas outras ações vieram e mais seres humanos elevaram seu poder de escolha sobre o que fazer durante dia, mês e ano, e o comércio se apegou a uma publicidade de: "Compre hoje baratinho!" E esta classe comprou baratinho para ter tudo em casa (inclusive para ter casa), o preço mandava, pois já eram classe C e podiam sustentar novos mimos na casa (só não todos de uma vez da melhor qualidade), foi onde muitos compraram quantidade.

Pois é, há 2 anos este cenário começava a mudar: a casa (agora tem casa) já está cheia, o carro (sim, já tem carro) já está na garagem com tanque cheio, e esta Nova Classe C, se transforma na Nova, Nova Classe C. E o que ela tem de diferente? Simples: já tem tudo, é hora de trocar, mas não vai trocar uma TV "meia boca" por outra "meia boca", (seis por meia dúzia na minha casa, não), o carro tem de ser zero e com acessórios a TV Led, full HD 3D de polegadas que não cabem nos meus braços, estou feliz com isso. Para concluir toda esta história, tenho um alerta publicitário a fazer: é hora de parar de divulgar gritando o barato, as classes A, B, C e Nova, Nova C, querem uma conversa inteligente e de qualidade. 😉

Daniel Ludwig – Dreamer / Director Nova Mídia Publicidades

 

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