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A falta de resposta também pode ser uma resposta

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Fato inédito. Em seus 32 anos de existência, Alta Floresta ainda não tinha vivido tal situação nem os seus munícipes sonhavam com coisa parecida, com políticos e sociedade reunidos em grande evento que o meu amigo Arão Leite do Jornal da Cidade acredita ter sido o melhor já ocorrido, comparando-o em termos de público ou manifestação popular e ou grandeza à “visitas de presidentes e a de um fechamento no aeroporto, anos atrás”.

Na última quinta-feira, 15, cinco senadores, um deputado federal, o vice-governador de Mato Grosso Silval Barbosa e vários deputados estaduais se fizeram presentes no CTG, cujo espaço fora totalmente tomado pela sociedade organizada do município (clubes de serviço, sindicatos e associações) e por cerca de seis mil pessoas, para, em audiência pública, tratarem da situação desigual com que o município e municípios vizinhos são tratados em relação a outros municípios brasileiros e que nos últimos dias culminou com atitudes de frieza e violência inarráveis, cometidas pela polícia federal que desde o mês de março desfila com seus carrões e desfruta do dinheiro público, com imponência e abuso de autoridade, a serviço do Ministério do Meio Ambiente, numa chamada operação Arco de Fogo.

A bronca com o estado de Mato Grosso não é de hoje e nem desse governo. O mais prejudicado, no entanto é esse nosso Nortão, a parte podre da maçã. Outros governos já demonstraram desprezo por esse bico do estado, todavia, no governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva, ao seu querer ou não, a coisa acentuou visivelmente. Além do desprezo em termos de investimentos (aqui eu me refiro especificamente ao extremo norte mato-grossense) passamos a ser perseguidos por diversas denominações de operações, cujos objetivos não foram senão os de nos atarem as mãos e os pés, nos impedindo o desenvolvimento.
Fizeram-nos de cobaias para se engraçarem com gregos e troianos, digo, com europeus e americanos, tendo como protagonista desse “teatro do absurdo”, uma cidadã acriana de saúde frágil que misturou conhecimento ecológico com inocência de vida, pondo-se à frente de ações absurdas cegamente autorizadas pela Presidência da República.

Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, a ministra de saúde frágil, visão cega e cérebro de anta (nada pejorativo. Comparativo simplesmente ecológico!) depois de aproximados cinco anos e meio, pediu, no último dia 13, dia dedicado à libertação, demissão da pasta do Meio Ambiente, todavia, não nos libertou das garras desse exército de malefícios imposto pelas idéias de uns poucos brasileiros que pouco conhecem de sua pátria.

Os senadores Jayme Campos (DEM-MT), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Expedito Júnior (PR-RO), Leomar Quintanilha (PCdoB-TO) e Gilberto Goellner (DEM-MT) fazem parte da comissão temporária que apura riscos ambientais e cumpre uma maratona de investigação sobre o propalado desmate na região amazônica onde o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontou 36 cidades distribuídas entre os estados do Pará, Rondônia e Mato Grosso, incluindo erroneamente Alta Floresta, como campeãs em desmate, razão pela qual a Policia Federal e a chamada Força Nacional encontram-se no município para “auxiliar” o IBAMA e, juntos, aterrorizarem os munícipes.
A malfadada ação do governo, a constrangedora presença da Polícia Federal e Força Nacional que na madrugada do dia das mães utilizou de dois de seus homens, “policiais”, para espancarem friamente dois jovens que inocentemente saiam de uma noite festiva denominada “baile do Havai”, promovida pela família rotária, foram os motivos principais para que os milhares de alta florestenses, e autoridades de municípios vizinhos, se vestissem de preto, pintassem a cara e empunhando a bandeira do Brasil fossem gritar aos senadores o pedido de “fora federal, fora força nacional!”.
As autoridades, tanto as federais quanto as estaduais e as locais, falaram bonito. Os senadores selaram um compromisso de lutar e reverter essa situação que aflige e engessa a nossa sociedade. Valdemir Dobri, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), falou do material mentiroso divulgado pelo INPE e dos absurdos cometidos pelos homens da operação Arco de fogo, destacando dois fatores conseqüentes, o desemprego e o medo do desemprego. “Quem não tem emprego não tem salário e quem não tem salário não tem dinheiro e, portanto, não compra para comer e todos sofrem com isso”, disse o empresário arrancando aplausos.

Mediados pelo Senador Jayme Campos, presidente da comissão, também se pronunciaram representando as autoridades locais o promotor público doutor Henrique Schneider Neto, Lindomar Elias Dela Justina (presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Extremo Norte), Mauro Ferronato (presidente das Indústrias Moveleiras), Celso Crespim Bevilaqua (presidente do Sindicato Rural), o médico Mario Nichikawa (presidente do Codam) e o empresário Vicente Da Riva. Os deputados Wellington Fagundes (federal), Dirceu Dal Bosco e Ademir Brunetto (estaduais), também fizeram uso da palavra.

A prefeita Maria Izaura foi bastante feliz em seu pronunciamento e também foi aplaudida quando lembrou aos senadores que a ex-ministra Marina Silva, preocupada em não desagradar os estrangeiros, manchou a nossa imagem e mandou a guarda nacional invadir a nossa casa. “Alta Floresta é a nossa casa e nós vamos defendê-la”, disse com veemência. Depois perguntou: “Será que o governo vai nos pedir desculpas ou vai continuar permitindo que eles fiquem, abastecidos pelo dinheiro publico, espancando os nossos adolescentes e desfilando com metralhadoras para nos intimidar?”.
Os senadores ouviram, concordaram e também se pronunciaram em defesa dos mato-grossenses afundados aqui neste Nortão.

A audiência foi um sucesso. A população ficou contente e os senadores também. Com eles levaram diversos documentos e inúmeras reivindicações além dos dizeres de uma frase que, cá entre nós, é o título deste artigo.

Carlos Alberto de Lima é jornalista em Alta Floresta

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