A falta de segurança pública parece não afetar os representantes públicos de Mato Grosso, como os deputados estaduais, federais e o governador Silval Barbosa. Refém da violência, o Estado é conhecido como uma terra sem Lei. O cidadão é quem sofre as consequências da falta de investimento no setor. Atualmente contamos ainda com a falta de efetivo para atuar em todas as áreas e os baixos salários como a pior dificuldade da Polícia.
‘Em total desequilíbrio" é assim que Mato Grosso se encontra, como um verdadeiro ‘Cangaço". Infelizmente, o governo tem desenvolvido políticas de contenção e enfrentamento à violência. Ou seja, o mais importante não tem sido feito.
Para se ter uma ideia, o caos instalado na saúde pública se comparado ao caos na segurança publica é ‘fichinha". Na tarde do último domingo, por exemplo, 20 detentos fugiram do anexo da Penitenciária Regional major Eldo de Sá Corrêa, mais conhecida como Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá.
Conforme o tenente da Polícia Militar, Nilton Rodrigues Correia, os criminosos utilizaram uma barra de ferro e fizeram um buraco no muro da unidade prisional durante o período de visitas. Ou seja, com pouca criatividade, como nas cenas de filmes os bandidos conseguiram facilmente a liberdade.
Outro caso que deveria estampar as capas dos jornais locais é sobre a vistoria que policiais militares e agentes prisionais tiveram que fazer no sábado (15) no presídio Capão Grande, em Várzea Grande. A assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) divulgou a informação de que três homens tentaram explodir o muro da unidade com bananas de dinamite. Outra facilidade estampada.
Já a Polícia Civil por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) ainda está em busca dos 19 presos que fugiram no dia 20 de agosto da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
Na época, a fuga ocorreu após uma explosão no muro da unidade por onde os presos passaram, logo após serrarem as grades que ninguém viu e ouviu.
Além desses fatos ocorridos nos últimos dois meses, Mato Grosso também é campeão em explosões a caixas eletrônicos e assaltos à agencias bancárias com reféns.
Bandidos fortemente armados assaltam e ainda metralham quem estiver pela frente. Humilhação e vergonha maior não há ao passar por uma situação dessas ou semelhante.
Sem contar com as dezenas de assaltos nos comércios e residências, furtos de veículos entre outros bens. Resta-nos perguntar se todos esses acontecimentos ainda podem diminuir, ou será apenas um sonho, que a cada dia vai se findando.
Com a campanha eleitoral em pleno vapor o tema segurança tem passado despercebido em propostas pelos candidatos em geral e até mesmo pela população que deixa de cobrar maior atenção no setor.
Adrielle Piovezan é jornalista em Cuiabá