Em Como Vencer o Sofrimento (1990), explico que não se deve temer a Dor, porque ela é a libertação da Alma. Todavia, é preciso saber valorizar os ensinamentos de que ela dispõe para nos oferecer em nossa jornada.
Acerca de tão relevante assunto, o poeta brasileiro Cruz e Sousa (1861-1898), em Moradias de Luz, pela psicografia de Chico Xavier (1910-2002), trouxe-nos inspirado soneto:
“Sobre a dor
“Suporta calmo a dor que padeceres,
“Convicto de que até dos sofrimentos,
“No desempenho austero dos deveres,
“Mana o sol que clareia os sentimentos.
“Tolera sempre as mágoas que sofreres,
“Em teus dias tristonhos e nevoentos;
“Há reais e legítimos prazeres
“Por trás dos prantos e padecimentos.
“A dor, constantemente, em toda a parte,
“Inspira as epopeias fulgurantes,
“Nas lutas do viver, no amor, na arte;
“Nela existe uma célica harmonia
“Que nos desvenda, em rápidos instantes,
“Mananciais de lúcida poesia”.
(Os destaques são nossos.)
De nada nos terá sido proveitoso o sofrimento se dele não tivermos absorvido as lições eloquentes.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
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