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A Copa e a divisão de MT

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Estive na inauguração da sede definitiva da Agência da Copa de 2014 em Cuiabá – Agecopa. É uma agência criada com o fim específico de conduzir o planejamento e o andamento das obras necessárias e as normas da FIFA para a Copa do Mundo de 2014. Serão realizados quatro jogos em Cuiabá.

Gostaria de fazer algumas interpretações associando a copa em Cuiabá e a divisão de Mato Grosso acontecida em janeiro de 1979. Quem se expressou de maneira muito lúcida a respeito, foi o presidente da agência, Yenes Magalhães. Ele anunciou investimentos previstos de R$ 1 bilhão e 300 milhões em obras do estádio Verdão, e conexos esportivos, urbanos, sociais, recursos humanos, nova perspectiva de turismo para Mato Grosso, mudanças de comportamento da população em cultura, atitudes, posicionamento ambiental, reconhecimento da auto-estima, melhores informações sobre gestão de negócios e serviços e uma extraordinária visibilidade no mundo inteiro.

Das informações ditas por Yenes Magalhães, uma em particular chamou-me a atenção. Foi quando ele disse que se não fosse pela escolha de Cuiabá para sede da Copa de 2014, esses quase 1 bilhão e meio de reais seriam aplicados ao longo de pelo menos 30 anos. Ora, em quatro anos esses 30 anos serão realizados com a extensão econômica, social e urbana pretendidas e incalculáveis.

Não posso evitar comparação com a divisão territorial que Mato Grosso sofreu em 1979. Naquele momento o Estado era um imenso território quase vazio de população e economicamente muito frágil. Havia tudo por fazer e as perspectivas de curto prazo pareciam pouco animadoras, ainda que a pressão do desenvolvimento fosse muito grande.

Em 1980 o censo já mostrava uma população de 1 milhão 139 mil habitantes, e uma fantástica perspectiva de crescimento econômico e social. O que se via era uma urgência muito grande e um tempo muito curto para se responder àquela demanda. Curiosamente a fé e a esperança venceram as adversidades. O governo estadual, à época dirigido pelo engenheiro cuiabano Frederico Campos, soube intermediar e articular-se dentro do ambiente existente, e em 1983, quando Júlio Campos elegeu-se governador, já haviam cenários fortes e animadores. Coube-lhe dar seguimento aos projetos e planos existentes e iniciar a fase de crescimento que hoje, 19 anos depois, se consolida concretamente.

A Agecopa e a divisão de Mato Grosso guardam essa semelhança. Será possível vencer o tempo e cumprir a demanda de ações de urgência para que a sede da Copa em 2014 transforme Cuiabá e Mato Grosso em referências mundiais. Pode parecer pretensioso dizer isso. Mas o conjunto das potencialidades do Estado e experiência de vencer o desafio da divisão, confirmam essas possibilidades.

Na época da divisão do Estado como agora, a população tem dúvidas sobre tempo e resultados. Com mais recursos tecnológicos, com mais experiência empreendedora e com mais recursos financeiros, não é sensato duvidar. Yenes está inteiramente certo. Mais uma vez o tempo será o senhor da razão, como profetizou Ulysses Guimarães naqueles dias duros da ditadura militar, quando a redemocratização do país parecia quase impossível.

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
[email protected]

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