sábado, 7/setembro/2024
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A Caça

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Já faz algum tempo que o cinema hollywoodiano não vem atraindo tanto meu interesse. Para falar a verdade, os últimos "blockbusters" que fui ver no cinema estavam relacionados a adaptações de Histórias em Quadrinhos (HQs) como Os Vingadores, Batman e, por último, Homem de Ferro 3. Como fã de HQs me sinto na obrigação de ir ver as versões cinematográficas dos meus heróis de infância. Mas existem boas histórias (muito boas, por sinal) sendo contadas fora do eixo americano também. Porém, como vivo em uma cidade em que não há opções para assistir a um bom filme "alternativo", o jeito é apelar para a internet.

Recentemente tomei conhecimento de uma crítica sobre um filme. Como conhecia o ator e achei a história interessante, resolvi tirar minhas próprias conclusões. Foi uma decisão acertada. O filme se chama A Caça (The Hunt / Jagten), de 2012, do diretor dinamarquês Thomas Vinterberg. Um homem que mora a vida toda em uma pacata cidadezinha e é amigo de todo mundo. Ele tenta reconstruir sua vida após uma separação complicada e, para isso, aceita trabalhar como uma espécie de supervisor em uma creche. A vida do personagem, que começava a "entrar no rumo", desaba após uma das alunas, de apenas 5 anos, dizer a diretora que o homem mostrou as partes íntimas para ela.

O diretor não utiliza a artimanha de jogar dúvida sobre o personagem. Ou seja, Vinterberg deixa bem claro que o homem nunca abusou da menina, mas esta por ter sua paixão infantil repelida pelo mesmo, acaba contando uma história que irá tomar proporções danosas para a vida de todos na cidade. O decorrer do filme é uma sucessão de situações absurdas que vai impactar na reputação do personagem principal e mostrar a face mais perversa do ser humano.

Em um filme com uma atmosfera tão pesada, como essa, é de se esperar, no mínimo, uma atuação convincente dos atores para dar o toque de realidade. No entanto, Mads Mikkelsen (o vilão do filme 007 – Cassino Royale) e a menininha Annika Wedderkopp são brilhantes e isso deixa a história ainda mais realista e impactante.

É um filme que faz pensar e até rever alguns conceitos. Para isso, basta prestar atenção em algumas frases, que muitas vezes são ditas em diálogos simples e sem nenhum tipo de efeito, até para não criar o efeito de artificialidade.

A Caça está no mesmíssimo patamar de filmes com histórias fantásticas como o sueco Deixe Ela Entrar (2008) e, o meu favorito, o argentino Nove Rainhas (2002).

Viva ao cinema de todas as partes do mundo e, claro, a internet também.

Alex Fama é jornalista

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