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A busca da felicidade

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Dizem que não existe ninguém mais inteligente do que um economista fora do governo. Tem solução para tudo, o que nem sempre ocorre quando ele está no governo. Para não fugir à regra, nesse momento em que foi dada a largada para as eleições que se aproximam, também vou dar meus "pitacos". Talvez por ter crescido muito rapidamente, ou por sua superlativa dimensão geográfica, Mato Grosso se tornou um Estado de gestão muito difícil. Malgrada a inoportunidade das comparações, eu diria que estamos na juventude, na puberdade, naquela idade em que o corpo cresce de forma desproporcional, o que faz com que os jovens se sintam feios e inseguros. Passamos de 38 para 141 municípios num período de 30 anos. Foi uma explosão de crescimento, sem comparação na história do Brasil e que deixou, como sequelas, a carência nos serviços públicos de quase todas as cidades do Estado.
Com exceção dos municípios situados no centro do agro-negócio, e que apresentam os melhores IDH do Estado, os demais estão praticamente falidos. Mal e parcamente conseguem pagar os salários do seu funcionalismo, não lhes sobrando recursos para investimentos de quaisquer espécies. Daí, a necessidade de ação suplementar por parte do Estado.

Desta forma, o Governo do Estado deveria lançar um programa voltado para a assistência aos municípios, inserido numa política social cujo objetivo seja a melhoria da qualidade de vida da população. Este programa visaria suprir os municípios de equipamentos sociais e urbanos que oportunizassem aos seus moradores o desfrute de um lazer sadio. Como poderia ser isso? Por exemplo, cada município deveria ter pelo menos uma praça, pois a vida nas pequenas cidades e nos bairros das cidades maiores se desenvolve no seu entorno. É nas praças que as pessoas namoram, proseiam, fofocam, passeiam, consolidam as amizades e constroem sua cidadania, enfim.

O programa deveria prever a construção de pelo menos uma quadra poliesportiva e um campo de futebol para a juventude ter onde praticar esportes, ocupar o seu tempo livre e gastar a energia própria da idade. Isso evitaria a opção pelo vício, que leva, via de regra, à violência, e que tanto degrada os tecidos sociais. Também não se pode descuidar dos idosos, aqueles que tanto se doaram no passado para construir o presente. Os Municípios deveriam dispor de Centros de Convivência de Idosos e Academias para a Terceira Idade. Seria uma forma de evitar que os velhos se sintam inúteis por não terem onde gastar o seu tempo.
Cabeça vazia é morada do diabo, já diziam os antigos. Devemos construir bibliotecas, equipadas com computadores ligados à internet, para permitir à população, principalmente os jovens, passar momentos de lazer e se ligar ao mundo. É a forma mais eficiente e barata de se inserir na aldeia global e adquirir cultura.
A ociosidade é a raiz de grande parte da violência que tantos males causam à sociedade. Além disso, estudos comprovam que as pessoas ociosas têm mais propensão para desenvolver certos tipos de doenças como a depressão e o câncer, por exemplo.
Os investimentos em equipamentos sociais são necessários como forma de trazer felicidade aos cidadãos, objetivo maior de qualquer governante. Além de baratos, é a melhor forma de contribuir para a eficácia dos setores de saúde, educação e segurança pública. Gastam-se muito pouco naqueles e evitam-se gastos maiores nesses.

Waldir Serafim é economista em Mato Grosso.
[email protected]

 

 

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