Piada no setor, que “acadêmico de direito, ao final do primeiro semestre, já é advogado e lá pelo quarto, desembargador”. Seis semestres depois, na hora da dissertação da monografia, o status e o conhecimento parecem ter diminuído e ao final, vencida a difícil prova da OAB, quando realmente torna-se um advogado, descobre que ainda não chegou lá. Falta pratica, muita leitura e confiança dos “clientes”.
Velho e desgastado jargão: “na pratica, a teoria é outra”.
Não por acaso, levo essa comparação para o momento político que vivemos. Houve uma grande união e incrível aceitação popular sobre um projeto “novo”, que na teoria, seria suficiente para aparar arestas formadas em administrações anteriores, e criar um modelo “redondo”, harmônico e eficiente, capaz de dar rumos promissores para o município, tão massacrado por operações, crises setoriais e indícios de corrupção e desvio de dinheiro publico, que apresenta sintomas graves de má gestão, com uma malha viária em péssimo estado de conservação, bolsões de pobreza em certos bairros e regiões, iluminação publica “apagada”, falta de segurança, atendimento escolar com nível baixíssimo, saúde publica moribunda e uma serie de outros detalhes, que nem de longe colocam o município como paradigma administrativo, não só por falhas da administração municipal, mas do poder publico como um todo.
Há alguns dias da eleição e da posse, as cabeças pensantes do projeto, que são poucas, se entreveram em discussões intermináveis, dando mostras que pouco ou quase nada existe, que não o carisma do prefeito eleito e sua enorme habilidade política. Já fiz esse comentário e torno a repeti-lo: virou um projeto de poder, onde aqueles que participaram e ou contribuíram, cobram por seus atos e apoios, mas não oferecem soluções técnicas a altura do que o projeto enseja.
Nomes “manjados” na política local, alguns muito bons, acabarão por pegar “no chifre do boi”, pois mal ou bem, sabem como dominar o bicho. O resto é briga por cargos, e salários obviamente, que serão loteados por acordos pré eleitorais, ao gosto de grupos ou partidos, que em alguns casos, sequer entendem-se entre si, mas irão para a administração e claro, pouco ou nada farão.
Não é de bom alvitre o pessimismo, mas digo que não é isso. Trata-se de previsibilidade, pois a grande maioria que se perfila para receber seu naco de poder, prescinde de especialidade, muitos nem graduação possuem e ao exemplo do acadêmico supra citado, achar que é, é uma coisa, ser é bem outra.
Ficarei feliz se estiver errado.
Valdir Favareto empresário e bacharel em Direito em Sinop