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Empresário de Sinop é acusado de liderar esquema de sonegação

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O empresário Júlio Alberto Pereira Pinto, 31 anos, residente em Sinop e que atua no setor de transportes, é apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul como líder do esquema de sonegação fiscal para o transporte de produtos que passavam pelo Estado vizinho. Ele foi preso nesta segunda-feira na Operação Cupim, deflagrada em apoio com a Polícia Rodoviária Federal e envolvendo ainda Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO). Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão de envolvidos no esquema de sonegação fiscal no transporte e retirada de madeira. Uma 15ª pessoa foi presa também mas em situação de flagrante, por porte ilegal de arma. A ação mobilizou agentes para cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão de documentos.  Das prisões realizadas hoje 3 foram em Sinop, 2 em Marcelândia, 4 em Sonora, 3 em Campo Grande, 1 em Aquidauana (MS) e 2 em Coxim, no Mato Grosso do Sul. Foram presos, além de Julio, sua esposa, Cláudio Aparecido Pereira Pinto, Cival Pereira dos Santos, Maurício Fernandes Bueno Filho  (técnico de tributação e fiscalização), Nilton José Baraúna (agente tributário estadual no MS), Maurício de Souza Lima (Sonora-MS), Jorge Barbieri Figueiredo – (servidor da Secretaria Estadual de Administração de MS), Jair Aparecido Dias, Aridalton José de Souza, Eva Santos Gonçalves (esposa de Cival Pereira dos Santos), Denilson De Santi (agente tributário estadual), Hélio Tella Vedova de Araújo (Mato Grosso) e Hélio Alexandre Pires de Araújo  (preso em flagrante por porte ilegal de arma).

 Já busca e apreensão, 8 em Sinop, 5 em Marcelândia, 2 em Sonora (MS), 6 em Campo Grande e 1 em Aquidauana. De acordo com MP e PRF, os alvos da operação são acusados de formação de quadrilha, desmatamento ilegal da floresta Amazônica, falsificação de documentos, sonegação fiscal, corrupção de servidores públicos e lavagem de dinheiro.

As empresas, ambas com sede no endereço residencial de Júlio, transportavam a madeira oriunda de Mato Grosso tendo como destinos os Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. O MP aponta que Júlio pagava a alguns agentes tributários estaduais para fazerem vistas grossas com relação a seus caminhões quando trafegassem pela fiscalização. O nome do empresário teria sido evidenciado após a prisão do funcionário terceirizado do Posto de Jupiá, de Três Lagoas, Sebastião de Oliveira Filho, que negociava a liberação da passagem de cargas no local.

Outra situação verificada foi a duplicação de notas fiscais que eram usadas de modo indevido por mais de um veículo e por diversas vezes. Em algumas apreensões de veículos com irregularidades fiscais, a Polícia Rodoviária Federal também constatou outro tipo de crime. Muitas vezes na nota fiscal estava discriminada um tipo de madeira com valor considerado baixo, sendo que na verdade o veículo estava transportando uma carga de maior valor e também com o peso em excesso.

Além de notas fiscais serem duplicadas por intermédio de fotocópias, posteriormente eram “tatuadas”, ou seja, eram carimbadas com carimbos falsos da Receita Estadual. Essas “Tatuagens” eram realizadas por Cival Pereira dos Santos, residente em Sonora (MS) e ex-funcionário de uma empresa que prestava serviços contratados pelo Posto Fiscal Tributário daquele município, e que contava com a cumplicidade de Francisco José de Souza. Na ausência de Cival, Francisco deslocava-se ao encontro dos caminhoneiros para proceder as “tatuagens”. Além dos carimbos falsos em notas fiscais, Cival fazia a intermediação entre Júlio e agentes tributários que aceitavam participar do esquema, como também informava quando estavam de plantão os fiscais que não se deixavam corromper. Além disso, Cival utilizava a conta bancária de sua amásia, Eva Santos Gonçalves, para efetuar pagamentos de propina a funcionários corruptos.

Os fiscais sul-mato-grossenses são acusados de deixarem as “carretas” de Júlio passarem sem abordagem, o que consistia em não serem fiscalizadas, tampouco emitidas guias de trânsito da mercadoria transportada, causando prejuízos aos cofres públicos.

Foram presos na operação Julio Alberto Pereira Pinto, Cival Pereira dos Santos, Maurício Fernandes Bueno Filho, Nilton José Baraúna, Maurício de Souza Lima, Jorge Barbieri Figueiredo, Jair Aparecido Dias, Aridalton José de Sousa, Cláudio Aparecido Pereira Pinto, Eva Santos Gonçalves, Demilson de Santi, Karine Zanotto, Hélio Della Vedova de Araújo, Francisco José de Souza e Hélio Alexandre Pires de Araújo, por porte ilegal de arma.

(Atualizada às 19:21h)

 

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