Municípios das regiões Norte e Médio Norte são responsáveis por mais de 70% do desmatamento registrado em Mato Grosso. Dos 490 quilômetros quadrados derrubados entre janeiro e abril, 370 quilômetros foram em 14 cidades localizadas nas duas regiões
Nova Ubiratã acumulou a maior área devastada, com 86 km, só perdendo para Alto Boa Vista, que derrubou 97 km. Cláudia, Santa Carmem, Porto dos Gaúchos, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Feliz Natal, Tapurah, Nova Mutum, Nova Bandeirantes, Juara, Paranaíta e Nova Maringá também aparecem na lista, nesta ordem.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Alexander Maia, apesar de preocupantes, nem todos os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base no sistema de monitoramente Deter, condizem com a realidade. “Temos o caso de Peixoto de Azevedo, por exemplo, que foi consumido pelo fogo no ano passado. Então sabemos que esta área corresponde a queimadas e não desmates”. O município aparece com 30 km de desmatamento.
Esse confronto com áreas derrubadas recentemente e com queimadas e desmates antigos ocorre porque, segundo o secretário, o Deter detecta todas as áreas devastadas e não apenas as degradações recentes, o que é feito em agosto de cada ano.
Porém, os números já colocaram o Estado em alerta, pois apresentam um aumento considerável em relação aos índices do ano passado. Fiscalizações feitas in loco também confirmaram grandes áreas de desmate nestes municípios. Em Nova Ubiratã, por exemplo, somente em uma propriedade foram confirmados 2 mil hectares de mata derrubada.
O Ministério do Meio Ambiente já anunciou que 9 municípios dos estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas vão entrar na lista dos maiores desmatadores na próxima semana e serão alvo de medidas específicas por parte do governo federal. A medida visa evitar que todo o setor produtivo seja prejudicado, já que 62% dos proprietários rurais no Mato Grosso estão em dia com as medidas de contenção do desmatamento.