A negociação da Polícia Rodoviária Federal com índios da etnia Terena, para que liberem a passagem de centenas de carretas, caminhões, ônibus e carros parados na BR 163, próximo a Itaúba (90 km de Sinop), pelo menos por algumas horas, não avançou. O tráfego continua interrompido desde ontem, às 16h. Os índigenas exigem a presença de um diretor da Fundação Nacional de Índio (Funai), de Brasília, para ser implantada uma coordenadoria de assistência, em Matupá, onde eles vivem. Somente ambulâncias, carros da polícia e bombeiros passam.
Ontem, conforme Só Notícias já informou, eles concordaram em liberar o tráfego entre as 13h e as 16h e pessoas que estavam há mais de 24h nas filas conseguiram seguir viagem.Havia cargas com alimentos perecíveis, inclusive carga viva (como bois) e famílias com crianças. O bloqueio iniciou segunda- feira, por volta das 12h.
A PRF está orientando motoristas para não seguir viagem a Itaúba, Santa Helena e demais cidades enquanto que o impasse continuar ou que “peguem” uma rota alternativa, passando por rodovia estadual a partir de Marcelândia com acesso a Claudia, chegando a Sinop e seguindo viagem pela 163. O “desvio” aumenta em 220 km o trajeto.
Apesar da irritação e fortes críticas de caminhoneiros, profissionais liberais e centenas de pessoas que estão tendo prejuízos com o bloqueio, perdendo tempo, não houve conflitos. “É vergonhosa esta situação. Nossas autoridades não devem permitir isto. Por que eles não vão protestar na Funai em Cuiabá e Brasília ? O que nós temos com isto, que culpa temos ? Aliás, o que estamos tendo são prejuízos por conta deste bloqueio. É lamentável e vergonhoso”, desabafou, ao Só Notícias, um profissional liberal que ontem conseguiu passar durante o “intervalo” em que a pista foi liberada.