Os servidores municipais permanecem em greve até quinta-feira à tarde quando farão outra assembleia para decidirem qual posicionamento de cada categoria sobre a proposta apresentada pelo prefeito concedendo reposição salarial de 4,11% para todos os trabalhadores e aumento real de 10,66% a 20,37% para 1.382 funcionários (de 32 cargos). O sindicato prevê apresentar na próxima segunda-feira resposta oficial para a prefeitura. A medida foi tomada porque o prefeito, Juarez Costa, pediu ao presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Adriano Perotti, que respondesse por escrito se cada categoria aceita ou não a proposta salarial apresentada.
O sindicato diz que os servidores continuam irredutíveis em aceitar a proposta, que sinaliza apenas o reajuste. “O ponto não está somente nos 4,11% ou 15%. Na verdade temos uma série de itens que estão sendo cobrados e o prefeito, mesmo respondendo por escrito ao sindicato, não colocou prazo para cumpri-los. A reposição salarial é uma das reivindicações, mas temos outras prioridades como a aquisição de EPI`s, (equipamentos de prevenção de segurança), transporte irregular dos funcionários, falta de servidores principalmente nas escolas e creches do município, onde uma monitora tem que cuidar de 10 a 15 crianças, a prefeitura tem que se manifestar e achar uma alternativa para nós”, disse Adriano.
O líder do prefeito na câmara, Gilson de Oliveira, procurou hoje à tarde o presidente do sindicato, e propôs fazer uma intermediação entre o prefeito e o sindicato para que haja um acordo e a greve seja finalizada. Adriano se mostrou favorável em tentar um novo acordo com o prefeito. “O vereador disse que iria tentar marcar um reunião com prefeito. Vamos esperar e ver se tem e qual será o acordo. Estamos tentando propor para o prefeito que cumpra pelo menos as leis que já existem como é o exemplo da progressão funcional de 2% que já é parte do plano de cargos, carreiras e salários que foi aprovado em 1999”, cobrou Perotti.
Mesmo com a proposta de beneficiar a categoria de base da prefeitura há um conflito entre as categorias quanto aos benefícios que serão recebidos. “Há um descontentamento dos servidores quanto a proposta do prefeito, que é linear em 4,11% para todos agora no mês de maio, mas o aumento diferenciado ficaria apenas para setembro, e isso já gerou descontentamento até na base que ele julga querer melhorar o salário. Em se tratando dos servidores que ganham mais, é natural que todos vão contra, e isso cria um impasse dentro da categoria”, finalizou o presidente, em entrevista coletiva, que ele concedeu com aproximadamente uma hora de atraso.
Conforme Só Notícias já informou, hoje é o 5º dia de paralisação. Pela manhã os servidores se reuniram e decidiram por manter a greve por tempo indeterminado mesmo com a proposta de reajustar os salários de 1.382 funcionários que ganham R$ 566, por exemplo, passariam para aproximadamente R$ 681. Os que recebem R$ 610 ganhariam R$ 727. Os que recebem R$ 875 passariam para R$ 1.003. Nestas três faixas estão, por exemplo, os garis cozinheiras, atendentes em creches, agentes de inspeção sanitária, braçais, monitores de creches, auxiliares de enfermagem-laboratório, eletricistas, fiscais, motoristas, mecânicos, dentre outros. Também foram incluídos para ter reajuste escalonado, os técnicos em enfermagem, cerca de 120, que, com o aumento, passarão a receber cerca de R$ 1 mil.
A folha salarial da prefeitura hoje é de R$ 6 milhões para cerca de 3 mil servidores. A prefeitura aponta que gasta atualmente com pessoal 51% da arrecadação, passando do limite definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
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