O grupo Frialto, que tem frigoríficos na região Norte ( Sinop, Matupá, Nova Canaã, além de Rondônia e Mato Grosso do Sul ), suspendeu os abates semana passada e pediu recuperação judicial, divulgou nota, neste sábado de manhã, explicando que o pedido foi para evitar “a insolvência da empresa, buscamos amparo na recuperação judicial, pois é a única maneira legal de que dispomos para mantermos a empresa viva”. A diretoria aponta que: “passamos, neste momento, por uma grande tempestade, que, na verdade se arrasta desde a crise mundial de 2008, quando nossa atividade foi duramente atingida, desestabilizando empresas tradicionais do setor. Hoje, evitando a insolvência da empresa, buscamos amparo na recuperação judicial, pois é a única maneira legal de que dispomos para mantermos a empresa viva. Olhando nossos números, temos consciência de que isto é perfeitamente possível, e acreditamos que, em breve, poderemos retomar as atividades. Temos plena convicção de que honraremos com todos os nossos compromissos, e que o Frialto retornará. “Queremos fazer publicamente neste momento é, em primeiro lugar, pedirmos desculpas aos nossos funcionários e a todos fornecedores que confiaram na gente e aos quais, hoje, estamos causando transtornos. Existe uma agonia profunda, porém não descansaremos e estamos, hoje, dedicados, 24 horas por dia, na busca destas respostas e na montagem de um plano de recuperação”, afirma a diretoria.
O grupo Frialto expõe ainda que “passaremos pelo crivo de assembleias, mas acreditamos num desfecho rápido, pois nossa intenção é a de honrarmos, o quanto antes, com nossos compromissos. Já estamos trabalhando nosso plano de recuperação. Queremos, também, pedir desculpas à sociedade onde temos nossas plantas que indiretamente, também sofrem os transtornos pelos problemas que ocasionamos. Queremos dizer a todos, que continuamos morando onde há trinta anos nos estabelecemos e que nunca nos ausentamos diante dos problemas, ou tão pouco nos escondemos, deixando de prestar contas. Queremos fazer, aqui, um parêntese, pedindo desculpas às populações e aos produtores de Mato Grosso do Sul e de Rondônia pela nossa ausência neste momento, pois foi absolutamente impossível estarmos aí.
Com o trabalho, aos olhos de todos, e sob a proteção de Deus, junto com nossos funcionários construímos uma empresa e será com o trabalho, com nossos funcionários e sob a proteção de Deus que a reergueremos”.
Os diretores do Frialto colocam ainda que, “se, por um lado, há uma vergonha enorme, um gosto amargo, e muito amargo, por ocasionar tamanho transtorno, por outro, há o conforto das centenas de manifestações de apoio, o que nos fortalece e nos compromete ainda mais. Não deliberamos sobre tudo isso com o intuito de nos preparar. Fomos jogados a esta situação por operações comerciais e financeiras que culminaram, contra nosso desejo, nesta única opção. Porém, não escondemos nossa realidade e chegamos a discuti-la com profissionais, nos convencendo que já não havia outra alternativa a tomarmos que não o pedido de recuperação judicial. Não houve, e jamais haverá má fé em nosso comportamento e em nossas negociações. Ao contrário, mais do que nunca, buscaremos apoio e sugestões.
Fruto da clareza com que sempre tratamos nossos negócios, encontramos hoje, o apoio dos líderes de nosso setor em todos os estados que atuamos. Precisamos expressar nosso sentimento de gratidão e, ao mesmo tempo dizer aos senhores, que não lhes decepcionaremos. Queremos, por fim, dizer, àqueles que conhecem a história de nossa família, a história da empresa, e que, portanto, conhecem, também, a fé que temos em Deus, que Ele é o nosso escudo e que é Nele que confiamos acima de tudo. Que este sofrimento que nos é imposto e este calvário em que nos encontramos contribuam pela nossa salvação e com a de todos que nesta hora sofrem conosco. Louvado seja o coração de Jesus”, concluiu a nota.
O Frialto não informou o número de demitidos e o valor da dívida que tem no mercado.
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