O Grupo Frialto, composto pelas empresas Vale Grande Indústria e Comércio de Alimentos S/A, Agropecuária Ponto Alto S/A e Urupá Indústria e Comércio de Alimentos acaba de confirmar, oficialmente, ao Só Notícias, que ingressou na justiça de Sinop, ontem, com pedido de recuperação judicial. O Frialto tem frigoríficos em Sinop (onde há cerca de 700 funcionários), Matupá e Nova Canaã do Norte e nos Estados de Rondônia (Ji-Paraná) e Mato Grosso do Sul (Iguatemi) e um centro de distribuição em Jundiaí (SP). “Foi a alternativa encontrada para assegurar a continuidade operacional das unidades frigoríficas em atividade. O objetivo é preservar o valor de seus ativos enquanto as negociações com os credores, já iniciadas, são realizadas, de modo que a reestruturação financeira possa acontecer de maneira organizada e assim reestabelecer uma adequada estrutura de capital, equacionando de forma equilibrada o atendimento de seus credores e a capacidade de pagamento da empresa. O Grupo Frialto conta com a assessoria do escritório de advocacia Felsberg e Associados, especializado em processos de recuperação judicial”, comunica o grupo.
O grupo Frialto expõe ainda que a “lei nº 11.101, de fevereiro de 2005, que regula a Recuperação Judicial, permite a reestruturação de empresas economicamente viáveis que passem por dificuldades momentâneas, buscando preservar empregos e os interesses dos credores. Pela lei, a empresa fica protegida contra ações e execuções durante 180 dias, período necessário à elaboração, apresentação e aprovação do plano de recuperação judicial junto aos credores”.
A nota finaliza dizendo que o “Grupo Frialto informa aos seus funcionários, credores e ao público em geral que o Plano de Recuperação Judicial estará disponível a todos assim que for apresentado”.
De acordo com uma fonte de Só Notícias, o principal motivo para solicitar a recuperação foi falta de apoio financeiro por parte dos bancos. Não foram mencionados valores. O Frialto emprega, em todas as suas plantas, cerca de 4 mil pessoas. A previsão é nos próximos 20 dias sejam retomadas, aos poucos, as atividades de abate. Oficialmente, o grupo não confirma o número de funcionários que será dispensado. Uma parte foi demitida e outra está com licença remunerada.
Os rumores do pedido de recuperação fiscal do Frialto iniciaram na semana passada e, de lá para cá, o preço da arroba do boi caiu cerca de R$ 2. Haveria, a curto prazo, outras consequências na economia da região, especialmente municípios onde a pecuária é expressiva como Juara e Tabaporã, de onde saíam milhares de animais para serem abatidos em Sinop e Matupá.
O Frialto tem capacidade para abate de 4 mil cabeças/dia e está habilitado para exportar produtos para toda Europa e possui em sua lista mais de 20 outros países compradores como: Hong Kong, Egito, Kuwait, Rússia, Ucrânia, Líbano, Vietnã, Montenegro, Ghana, Emirados Árabes, Moldova, Singapura, Peru, Venezuela, Kazaquistão, Palestina, Líbia, Gabão, Bahrain, Argélia, Irã, Abidjan e Luanda
(Atualizada às 14:15h)