A situação do Pronto Atendimento de Sinop deixou o presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, Arlan de Azevedo Ferreira, preocupado. Ele vistoriou a unidade, hoje de manhã, e apontou várias irregularidades. “O Conselho Regional de Medicina tem acompanhado e feito as fiscalizações aqui e tem constatado que são irregularidades que se tornaram praticamente insustentáveis”, explicou, em entrevista coletiva. As falhas ocorrem desde 2007 e, entre elas estão a superlotação e falta de estrutura adequada para atendimento. “Temos pacientes, hoje, muito graves que necessitariam de atendimento diferenciado e que não conseguem por que ficam pelos corredores, mal acomodados. Temos problemas de pessoas que são atendidas, homens, mulheres e crianças, as vezes no mesmo ambiente e sabemos que isso é uma agressão a pessoa. Então, há várias inconformidades que se tornaram neste momento insustentáveis”, apontou.
De acordo com Arlan, a falta de equipamentos e condições de trabalho reflete na assistência para os pacientes. “Se o médico precisa de um equipamento, um monitor para monitorar o paciente e este monitor não está funcionando, está sendo comprometido sim, mas quem está sofrendo com isso é o paciente”, disse.
A situação se torna mais preocupante devido aos casos de dengue. Segundo o presidente, com a forma atual de trabalho e estrutura não há condições de atendimento. “Não temos dados definitivos mas estamos vivenciando hoje um problema que casos muito graves estão nos chegando”, disse. “A preocupação é que nós tenhamos a situação caótica e pessoas possam morrer em razão a falta de estrutura, de assistência como todo, que vem desde a atenção básica, passa pelo Pronto Atendimento e leitos de retaguarda”, ressaltou.
Para Arlan, a construção de mais uma unidade de pronto atendimento, anunciada ontem pelo prefeito Juarez Costa, é fundamental e um começo para a solução dos problemas. No entanto, ele lembra que deve ser tratado “as pessoas que estão nos corredores. Temos que dar uma retaguarda para assistência desses pacientes que estão mal acomodados, mal assistidos, porque essa superlotação decai muito essa assistência que é oferecida”, disse.
A busca de soluções para amenizar os problemas deverão ser discutidas com a Secretaria Municipal de Saúde. “Emergencialmente a gente entende que deve haver uma ampliação de leitos de retaguarda, que seja ampliado o número de RH ( mais profissionais) se for o caso, e que se trabalhe urgentemente na reforma ou na construção mesmo desse hospital municipal que a gente sabe também, de ante mão, que existe várias inconformidades nesse hospital, da forma que ele está não pode começar a funcionar”, apontou.
O presidente e membros do conselho regional deve se reunir com o Ministério Público para discutir sobre o assunto. Arlan veio a Sinop após 14 médicos que agendem no PA fazerem manifesto apontando que a situação é caótica, faltam médicos, enfermeiros, equipamentos, medicamentos e pessoas estão “morrendo por falta de suporte básico”, além de criticar a prefeitura por não priorizar a saúde pública ao invés de dar atenção especial para a urbanização da cidade. O manifesto expondo a crise na saúde pública no município também resultou na troca de secretário de Saúde. Saiu Maurício Estrada, que ficou 10 meses no cargo, e assumiu o médico Alberto Kinoshita.
Ontem, conforme Só Notícias informou, o prefeito Juarez Costa anunciou a construção de mais uma unidade do Pronto Atendimento, na avenida André Maggi, para o próximo ano. Os investimentos serão na ordem de R$ 2,5 milhões.
Ele anunciou ainda a busca de R$ 5 milhões para colocar o hospital municipal em funcionamento além de garantir a vinda do SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência -.
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