O presidente Lula defendeu hoje, em Manaus, onde se reúne com presidentes dos países da Amazônia Internacional, incluindo o francês Nicolas Sarkozy, a proposta que o governador mato-grossense Blairo Maggi tem defendido, nos últimos dois anos, em encontros com ONGs nos Estados Unidos: que os produtores sejam compensados financeiramente para não desmatarem as áreas em suas fazendas, que têm direito amparado em lei, mantendo as florestas em pé. Com isto, deixam de ampliar as áreas para plantar soja, arroz, milho, feijão, algodão, outras culturas e criar gado. “Eles terão de pagar a conta dessa preservação pelo fato de nós não termos derrubado a nossa floresta como eles derrubaram a deles séculos atrás”, disse Lula, pouco antes do encontro de cúpula. O presidente deve fortalecer o projeto idealizado por Maggi junto aos presidentes e outros assuntos da temática ambiental para serem apresentados na Conferência das Partes do Clima da ONU, em Copenhague, Dinamarca, mês que vem.
Ainda não há um formato definido da compensação ambiental ser paga para os produtores de Mato Grosso, Amazonas, Pará, Acre e demais estados amazônicos. Não foi mencionado, por exemplo, quanto valeria o hectare de floresta em pé. Blairo, além de debater o assunto, desde o ano passado com ONGs americanas, também expôs sua proposta para osganismos internacionais durante as viagens que fez a Rússia e à África, recentemente.
O governador mato-grossense defende que é possível ampliar o volume de alimentos e carne produzidos sem derrubar as florestas, além de implantar no Estado o programa MT Legal, que buscará regularizar milhares de fazendas onde houve excessos de desmates para que grãos nelas produzidos não enfrentem barreiras no mercado externo. O programa, conforme Só Notícias já informou, está, aos poucos, saindo do papel. O primeiro passo será fazer um levantamento por satélite para identificar quantos mil hectares foram derrubados de forma irregular para ser feito reflorestamento das áreas.