Um dos 3 vereadores cassados na sexta-feira à noite, acusados de pedirem propina em troca de apoio ao prefeito Chicão Bedin, já definiu que vai recorrer. Chagas Abrantes (PR) disse ao Só Notícias que o julgamento foi um absurdo e que não havia prova contra ele no terceiro quesito acusatório – que determinou a cassação, referente a utilização da função de presidente com objetivo de obter vantagens financeiras para a TV Record Sorriso. Chagas afirma que a única testemunha ouvida pelos integrantes da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar neste ponto foi Juliano Preima, de uma agência de publicidade, que afirmou aos investigadores que Chagas nunca tinha pedido dinheiro para a emissora. “Juliano, que é responsável pela distribuição das verbas para os veículos de comunicação disse, a comissão que eu nunca pedi nada. Então não sei onde eles se basearam para levantar esta acusação contra mim”, rebateu.
Chagas disse que vai se reunir, esta semana, com advogados para definir a estratégia. “Não sei qual é o comprometimento dos vereadores que me cassaram, mas sei que, com a verdade não é. Pois não tem provas, não tem nada contra mim. Talvez esta decisão tenha sido encomendada pelos vereadores, não sei, mas pode ser que eles fizeram um acerto para chegar a este resultado”, disse o ex-presidente da Câmara.
A vereadora Roseane Marques, cassada por pedir dinheiro para consertar o carro particular e pedir emprego na prefeitura ao namorado em troca de apoio político na câmara, disse ao Só Notícias que ainda não analisou se vai recorrer da decisão. Na avaliação da parlamentar, a cassação dos três foi uma injustiça. “Nós nunca nos reunimos para esquematizar este suposto esquema. Não existe nada contra ninguém. Passei o final de semana reunida com minha família, mas vou procurar meu advogado para ver se a orientação e recorrer ou não”, relatou.
O advogado de Roseane, e também do terceiro vereador cassado, Gerson Francio – Jaburu (PSB), Rogério Ferreira da Silva, disse que ainda não conversou com os clientes, mas vai esperar a aprovação da ata, prevista para a sessão de hoje à noite, para analisar todo o processo. “Tenho que conversar com os meus clientes, pois são eles que vão decidir”. Quanto ao julgamento, o advogado disse que “as provas estão viciadas, não existe vítima, e existisse, ela não foi ouvida.
Uma provável vítima seria o prefeito Chicão Bedin (PMDB), mas ele não foi ouvido, e se o município foi vítima, o representante do Executivo também deveria ser ouvido. Foi um erro muito grande da comissão que convocou as testemunhas para as oitivas”. “É um julgamento político, puramente técnico, e meus clientes foram prejudicados com a decisão. Vou me reunir com eles nesta terça-feira para ver o próximo passo”, finalizou o Ferreira.
Conforme Só Notícias informou passo a passo, os três parlamentares foram cassados na última sexta-feira em uma sessão extraordinária que durou mais de 13 horas. Os três ficarão oito anos inelegíveis. Além do processo no legislativo, ainda respondem por processos criminais, entre os crimes está extorsão e formação de quadrilha.
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