O diretor-geral afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, disse hoje que a burocracia nas licitações é a principal responsável pela demora nas obras de infraestrutura no país, especialmente nas 1.156 obras em rodovias federais sob a responsabilidade do órgão atualmente.
“Não é mais possível esperar dois, três anos para se licitar uma obra no Brasil”, disse ao participar de audiência pública na Câmara para explicar as denúncias de esquema de corrupção e superfaturamento de obras no Ministério dos Transportes e no Dnit. “Tem obra hoje que as condicionantes ambientais, pasmem, custam 22% do valor da obra”, completou.
Para Pagot, os problemas do Dnit são “graves e estruturais” e vêm de longa data. “Vem do DNER [Departamento Nacional de Estradas de Rodagem], de uma estrutura velha, há falta de funcionários, de computadores.”
Ele foi convidado para falar sobre as denúncias de corrupção que envolvem o Dnit e o Ministério dos Transportes. Ontem (12), no Senado, Pagot também falou sobre o assunto. Negou que o Dnit seja um “feudo” do Partido da República (PR), ao qual é filiado.
O ex-ministro Alfredo Nascimento também foi convidado para a audiência pública, mas informou, por meio do líder de seu partido, o PR, que irá falar somente da tribuna do Senado, no retorno do recesso parlamentar em agosto. “Ele está pronto para esclarecer”, disse Lincoln Portela (PR-MG).