segunda-feira, 16/setembro/2024
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Dirigentes nacionais do DEM referendam aproximação com Silval

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Dirigentes nacionais do DEM referendaram a aproximação do partido em Mato Grosso com o governador Silval Barbosa (PMDB), apesar da legenda ter feito oposição a ele há pouco mais de 3 meses na campanha. O respaldo foi dado durante visita a Cuiabá do presidente da sigla, Rodrigo Maia (RJ), e os também deputados federais Ronaldo Caiado (GO) e Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto (BA).

Rodrigo Maia alegou que o PMDB não é um adversário do DEM, apesar do partido em nível nacional contar com o vice-presidente Michel Temer (SP) e ser atualmente um dos principais apoiadores do PT, este sim adversário declarado dos democratas. A aproximação com o governo de Mato Grosso chegou a ser uma das pautas que o presidente nacional do DEM discutiu em Cuiabá com ACM Neto, Ronaldo Caiado e o deputado federal eleito Júlio Campos, a única liderança estadual a recepcionar os correligionários.

O encontro dos dirigentes do DEM partiu de uma visita informal que Rodrigo Maia, ACM Neto e Ronaldo Caiado têm feito a vários estados diante da renovação do diretório nacional que deve ocorrer até março. O atual presidente deve ser sucedido pelo senador Agripino Maia (RN) sob fortes críticas por não ter promovido o crescimento esperado após a refundação que levou à troca do nome de PFL para DEM em 2007.

"Essa questão de aproximação com o governador Silval chegou a ser levantada pelo deputado Júlio Campos e dissemos a ele que o partido tem liberdade para escolher o melhor caminho. No primeiro momento, não vemos problema algum, até porque o PMDB não é um adversário em nível nacional e temos esse tipo de aliança em vários estados. Se essa for a vontade da maioria, terá nosso apoio", afirmou Rodrigo Maia.

Júlio Campos alega que o diretório estadual deve convocar uma reunião a partir do próximo dia 10 para decidir se apoiará oficialmente ou não Silval. A sigla já recebeu o convite para indicar o deputado estadual José Domingos Fraga Filho para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar. O parlamentar está em viagem ao exterior e só retorna semana que vem, mas admite interesse no comando da pasta.

Cautela – Apesar de não ter dificuldade de relacionamento com Silval, os dirigentes estaduais do DEM veem com cautela a aproximação por causa da participação do partido na campanha. A sigla contou com o deputado estadual Dilceu Dal Bosco como candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB). Para dificultar ainda mais o quadro, o parlamentar deve assumir até abril a presidência da agremiação em Mato Grosso em substituição ao ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Oscar Ribeiro.

"Talvez a população não entenda bem essa aproximação de imediato. Podem avaliar que somos um partido agindo meramente com base no fisiologismo e não estamos atrás de cargos. Poderemos sim participar do governo e ajudar a administrar, mas as consequências disso perante a opinião pública têm que ser levadas em consideração antes de qualquer decisão", ponderou Júlio.

A mesma preocupação do deputado federal eleito tem Dilceu Dal Bosco, que, assim como o senador Jaime Campos, não participou ontem do encontro com ACM Neto, Rodrigo Maia e Ciado. Eles alegaram compromissos agendados anteriormente. O deputado estadual admite que a aproximação pode ocorrer, já que o DEM participou da base aliada ao ex-governador Blairo Maggi (PR) juntamente com o PMDB de Silval por quase 8 anos. "Mas não precisamos ter pressa para voltarmos a nos aproximar", pondera.

Enquanto o DEM não decide se participa oficialmente do governo de Silval, a Secretaria de Desenvolvimento Rural vai ser comandada por Jilson Francisco (PR). A legenda é uma das maiores de Mato Grosso e conta com 3 deputados estaduais eleitos.

Liderança – Os 3 dirigentes nacionais do DEM vieram também discutir assuntos como a escolha do novo líder do partido na Câmara e a eleição para a Mesa Diretora da Casa. O partido sinaliza a favor de uma composição inusitada com o PT, apoiando o deputado federal gaúcho Marco Maia.

Apesar da articulação que pode fortalecer o PT e o PMDB, já que a candidatura estaria sendo construída para retribuir apoio aos peemedebista na futura eleição da Mesa em 2013, Rodrigo Maia diz que isso não está acertado. "Se a chantagem do PMDB é explícita, infelizmente, não é possível prever nem o que vai ocorrer em 1º de fevereiro de 2011. Imagina em 1º de fevereiro de 2013".

Rodrigo admite que o processo de renovação do partido ocorre depois do partido ter um desempenho meramente razoável nas últimas eleições. Considera ainda o pleito de 2010 como o pior momento para o DEM no atual governo, pois elegeu apenas 2 governadores e foi marcado pelo escândalo que levou à cadeia o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Oposição – Rodrigo Maia, ACM Neto e Ronaldo Caiado frisaram durante a passagem de 2 horas por Cuiabá que o DEM continuará na oposição. Também adiantaram quais devem ser as principais pautas de interesse do partido no Congresso Nacional no governo Dilma Rousseff (PT). Eles chegaram a Cuiabá por volta das 8h, vindo de Campo Grande (MS), e seguiram em um avião fretado para São Paulo por volta das 10h.

"Me parece que alguns pautas são inevitáveis, como a reforma política, ao qual o Congresso não pode mais se furtar a tirar do papel. Uma reforma tributária ampla também, assim como ações de segurança pública. Em tudo isso, seremos fiscalizadores, mas estaremos abertos a definir uma agenda legislativa de forma transparente com o governo", completa ACM.

Projeção – O deputado federal eleito Júlio Campos admitiu ontem que o partido sonha em lançar em 2012 vários nomes na disputa pela Prefeitura de Várzea Grande, onde mantém base eleitoral. Um dos nomes cotados é do deputado estadual reeleito Sérgio Ricardo (PR). "No atual partido, ele terá menos facilidade para viabilizar candidatura em 2012 do que no DEM. Além do mais, ele poderá mudar o domicílio eleitoral de Cuiabá para a vizinha Várzea Grande se tivermos uma janela na reforma política que permita a mudança de sigla sem perda de mandato por infidelidade partidária", ponderou. Outro nome cotado por Júlio é de Lucimar Sacre Campos, esposa do senador Jaime Campos. Ele citou ainda o empresário Wilson da Grafitte, entre outros. Sérgio Ricardo não retornou as ligações de A Gazeta para comentar as avaliações de Júlio.

 

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