Iniciou, agora há pouco, a primeira greve dos servidores municipais na atual administração. O dia começou chuvoso e os servidores concentraram-se, inicialmente, na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Agora há pouco, os grevistas foram até a prefeitura onde estão concentrados. Uma comissão deve ser recebida pelo prefeito Juarez Costa para dialogar sobre as reivindicações. Mas há impasse porque a direção do sindicato quer que ele converse na presença de todos os grevistas.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Adriano Perotti, hoje apenas o Pronto Atendimento estará com o funcionamento normalmente. Na Secretaria de Educação o sindicato aponta que a adesão passa de 90%. Na Secretaria das Cidades seriam mais de 70% dos profissionais que aderiram. Na Saúde, de acordo com o sindicato, mais da metade parou. A partir de amanhã, os trabalhos serão feitos de forma escalonada para atender 30% do serviço nos setores de saúde, coleta de lixo, serviço de água e Guarda de Trânsito.
Conforme Só Notícias já informou, a prefeitura buscou barrar, na justiça, o movimento, mas não conseguiu. O juiz da 6ª Vara Cível, Mario Machado, negou ontem, no final da tarde, medida cautelar para proibir a greve. Ao não atender o pedido, o magistrado decidiu que a medida ofende o “direito constitucional dos servidores públicos civis já sacramentado pelo STF (Supremo Tribunal Federal)” em ação julgada este ano, “onde o exercício de direito a greve é reconhecido”. A paralisação foi aprovada, semana passada, em assembleia dos servidores, ao recusarem a proposta da prefeitura de conceder 4,11% de reposição salarial, sem aumento real. A reivindicação é de 15% (sendo 10% de aumento real).
A categoria também reivindica implantação do plano de saúde, aquisição de equipamentos de trabalho para as zeladoras (como carrinho para transporte de baldes, vassouras, botas e luvas), vagas em creches para filhos, uniformes para todas as secretarias, inclusão de todos os servidores no plano de cargos, carreiras e salários e pagamento do 13° sobre a remuneração. O sindicato quer ainda contratação de mais funcionários para a área de limpeza do Pronto Atendimento.
Outro lado:
O prefeito Juarez Costa disse, ao Só Notícias, que a prefeitura está oferecendo “o que poderá cumprir”, referindo-se ao percentual de reposição de 4,11%. O prefeito disse ainda que diversos servidores manifestaram que não estarão aderindo ao movimento por compreenderem a realidade financeira do município. Os gastos da prefeitura com salários chegam a 51% da arrecadação e estão no limite definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Sinop tem 3 mil servidores efetivos e concursados. A folha salarial mensal gira em torno de R$ 6 milhões.
(Atualizada às 10:38h)
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