Mais do que uma visita institucional, a ministra Dilma Roussef (PT) vem a Mato Grosso por recomendação do presidente Lula, já que o Estado é referência hoje em termos econômicos por causa do agronegócio, que tem em Blairo Maggi (PR) um dos fortes nomes. No relatório do Banco Central do Brasil, o setor foi responsável por 42% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O problema é que a ministra chega em plena crise interna petista, aquecida pela disputa da vaga para o Senado, que é pleiteada pelo deputado federal e presidente do PT, Carlos Abicalil, que em entrevista disse não ver motivos para a repercussão que teve sua posição em disputar a senatória e defender a candidatura da atual senadora em fim de mandato, Serys Marly, para deputada federal. “Essa condição é a melhor para o partido que pode com essas mudanças ampliar sua participação legislativa federal e estadual”, assegurou o presidente do PT Regional que tem a maioria de delegados do partido, que farão a escolha dos candidatos e que assumiram recentemente.
A senadora Serys Marly reafirmou, durante a solenidade de entrega de 94 microônibus para as Apaes e Pestalozzi, que trabalhou nos últimos anos visando sua reeleição neste ano e não vê chances de recuar de suas pretensões. “Preparei-me para ser senadora e se não puder disputar uma vaga, vou para casa”, disparou ela que, assim como o deputado Carlos Abicalil, se deslocaram de Cuiabá para Brasília ontem para poderem retornar hoje pela manhã no avião oficial da ministra da Casa Civil.
A disputa interna do PT preocupa os principais lideres da coligação, PMDB, PR e PT, pois pode fragilizar o palanque tanto do candidato Silval Barbosa (PMDB) quanto da ministra Dilma Roussef.
O vice-governador lembrou que o assunto é interno do PT e acredita que eles chegaram a um consenso. “A democracia permite este tipo de embate. O que nós desejamos é que o entendimento seja o melhor possível para todos”, disse Silval Barbosa que aposta na capacidade do presidente Lula e da ministra Dilma Roussef em contornar esse momento difícil e crítico do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso.