A prefeita de Sinop, Rosana Martinelli, reuniu-se, ontem à noite, com o ministro dos Transportes, Mauricio Quintão (PR) e voltou a cobrar a liberação de recursos para melhorar a estrutura operacional do aeroporto João Figueiredo. A prioridade é colocar em funcionamento equipamentos para evitar cancelamentos de voos como ocorreram constantemente nos últimos meses devido ao período chuvoso. O ministro informou que está esperando readequação orçamentária em sua pasta e sinalizou que podem ser liberados recursos, neste semestre. A prefeita explicou que espera respostas para dois pedidos. "O principal é de R$ 80 milhões que engloba melhor estrutura operacional com diversos equipamentos, além dos que estão instalados, e melhorias no terminal de embarque e desembarque. Se não saírem os R$ 80 milhões, o outro pedido é para liberar até R$ 7 milhões, de forma imediata, destinados exclusivamente para a parte técnica operacional. Estamos readequando o projeto para definir o que será possível melhorar com estes R$ 7 milhões. Mas está na dependência orçamentária do ministério", afirmou, ao Só Notícias.
"Não vamos ficar esperando. O aeroporto é prioridade na nossa gestão. Se não houver liberação logo (do governo federal), vamos realocar parte dos recursos do IPTU para fazer uma complementação visando ao menos colocar em funcionamento os equipamentos instalados para o aeroporto operar por instrumentos (o que evitaria a grande maioria dos cancelamentos de voos). Ainda não vamos falar em números mas pela estimativa apresentada inicialmente a prefeitura poderá fazer um aporte. Temos prazo até junho para apresentar os projetos (na Aeronáutica)", acrescentou Rosana. "Temos garantias de algumas companhias aéreas que, a partir do momento que conseguirmos certificar nosso aeroporto, teremos mais voos diários. É preciso compreender que há prazos, que não depende só da prefeitura e entidades. Mas estamos agilizando tudo o que depende da prefeitura. As entidades estão nos ajudando, viabilizando assessoria técnica para nos apontar o que é mais importante e possível ser feito", emendou.
A prefeita, o deputado federal Nilson Leitão e representantes da Unesin (União das Entidades de Sinop) têm audiência, hoje, no Ministério da Aeronáutica, com o brigadeiro Mauricio Medeiros, chefe de assessoria, que tem acompanhado, desde o início do ano, a tramitação do projeto de instalação de equipamentos no aeroporto. Leitao, que agendou o encontro no ministério, disse que "vai ser a oportunidade das entidades ouvirem, da própria Aeronáutica, os entraves burocráticos no projeto apresentado, ano passado, pela prefeitura, que precisam de correções para continuar tramitando. Ao que parece a empresa contratada, na gestão passada, não tem capacidade para sanar as falhas devido as várias pendências que não foram resolvidas", declarou. Foram instalados alguns equipamentos, como PAPIS, para ajudar os pilotos a pousarem em dias com adversidades climáticas, mas ainda não foram homologados devido a pendências burocráticas no projeto original.
A UNESIN, poderes executivo e legislativo lançam, nesta quinta-feira, o movimento 'Pró-Aeroporto – Sinop voo seguro, faça chuva ou faça sol'. São 25 entidades, que representam diversos segmentos da economia, que estão trabalhando com o objetivo de buscar viabilizar apoio financeiro para contratar uma equipe técnica que dará suporte para atender as exigências da Aeronáutica e os equipamentos serem liberados para funcionamento. O presidente da Associação dos Engenheiros do Norte (AENOR), Waldomiro Teodoro, explicou que as entidades podem dar maior celeridade nas soluções. "Se depender da prefeitura, a licitação (para contratar outra empresa e resolver as pendências técnicas e burocráticas para os equipamentos funcionarem) pode demorar até 4 meses. "As entidades estão se antecipando e queremos ganhar tempo para resolver principalmente o problema que impede aviões de pousar durante período chuvoso. Isso vai se viabilizar com instalação, homologação dos equipamentos para voos por instrumentos. A grande maioria dos equipamentos já está lá no aeroporto. Falta homologação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e não foi feita por causa de pendências burocráticas. Se for preciso regularizar algumas pendências a curto prazo essa empresa poderá ser contratada por entidades para que possa resolver a curto prazo, sem depender dos procedimentos licitatórios que levam tempo", expôs.
A AENOR fará projetos de forma gratuita. A UNESIN reunirá lideranças locais na CDL, nesta 5ª, para detalhar o planejamento de trabalho.