O presidente afastado da Assembleia, deputado José Riva (PSD), investigado na Operação Ararath e que ficou preso 4 dias, semana passada, disse, esta manhã, que sua prisão foi ilegal, baseada em 'argumentos sórdidos' da Procuradoria Geral de Justiça. Riva declarou que foi "preso injustamente e minha família foi exposta. As informações da procuradora Vanessa Cristina Scarmagnani foram maliciosamente distorcidas para me prejudicar”. Riva insinuou que a atuação de Vanessa foi motivada por inimigos políticos. “Ela mentiu com alguma intenção”, declarou, em entrevista coletiva, na Assembleia.
"É flagrante que foi uma ação política. Minha família foi exposta de forma covarde, mas a decisão do ministro me conforta", atacou. O ministro Dias Toffoli mandou prender Riva e acatou argumentos da defesa para soltá-lo, na sexta-feira, do presídio da Papuda. O passaporte dele está retido por ordem do Supremo Tribunal Federal e o deputado está proibido de manter contatos com demais investigados na Operação Ararath, dentre eles Eder Moraes, Silval Barbosa e Blairo Maggi.
"Um dos argumentos utilizados para a minha prisão era não conseguirem me achar, isso é brincadeira. Em 60 dias, prestei depoimentos duas vezes na Justiça Federal e na PF, todos sabem da minha agenda na Assembleia Legislativa durante a semana e que vou para o interior nos fins de semana".
Riva é acusado de receber mais de R$ 3 milhões do esquema de empréstimos ilegais, operados pelo empresário Junior Mendonça e o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes (que continua preso em Brasília). O deputado também responde mais de 100 ações judiciais.
A respeito da delação premiada de Mendonça, -que acusou o deputado de receber empréstimos ilegais e que seriam pagos com recursos públicos- Riva acha que foi articulação de Taques, juntamente com o ex-senador Antero Paes de Barros. Ele acusa Taques de "mentir" na primeira disputa eleitoral (há 4 anos) na prestação de contas. "Se alguém acredita que alguém se elege senador com pouco mais de 6 horas de voo, eu, deputado, voei mais de 100"
Riva continuou sua defesa fazendo mais críticas: “a motivação política é tamanha que de forma sórdida me denunciaram de tirar vantagem do VLT. Se cada luta minha virar processo, não serão mais 100, serão mais de mil".
Quanto ao pedido de cassação protocolado na Assembleia Legislativa pela ONG Moral, Riva disse que a entidade precisaria "ter moral para fazer esse pedido e a maioria dos integrantes não tem”.
Outro lado
A assessoria do senador Pedro Taques informou que ele estava ministrando aulas, esta tarde, e que deve se posicionar posteriormente. O ex-senador Antero Paes de Barros está com celular desligado. Só Notícias manteve contato com a assessoria do Ministério Público Federal, em Cuiabá, para ouvir a procuradora criticada por Riva, mas ela não foi localizada.
(Atualizada às 14:53h)