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Dilma lança colheita em Lucas mas não anuncia obras de ferrovia

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Terminou, agora há pouco, a solenidade de lançamento da colheita da safra de soja, na Fundação Rio Verde, em Lucas do Rio Verde. A presidente Dilma Rousseff foi a última a discursar. Ela elogiou os produtores mato-grossense pela capacidade de aumentar a produção, anunciou a fixação do preço mínimo do algodão [o que arrancou aplausos do público], no entanto, foi cautelosa ao falar sobre logística e principalmente a Ferrovia Centro-Oeste (Fico), que passará justamente por Lucas. Ela disse que prefere esperar a análise do Tribunal de Contas da União (TCU), que avaliará algumas pendências amanhã.

A presidente iniciou seu discurso afirmando que é uma imensa alegria assistir aquela quantidade de soja jorrando pela colheitadeira. “Presenciar a colheita de alimentos é também a certeza no futuro do nosso país. É ter a certeza que temos competência e capacidade”.

Ela elogiou os produtores por estarem aumentando a produção e sempre buscando tecnologia. A presidente disse que hoje se comemora em Mato Grosso a vitória do Agronegócio. “Quero comemorar o que conseguimos fazer juntos a fartura da safra em Lucas e no Brasil”.

Dilma brincou dizendo que em Lucas descobriu uma segunda profissão. “Além de presidente, agora sou operadora de máquina [colheitadeira que pilotou por alguns minutos colhendo soja]. É complexo operar aquelas máquinas”.

A presidente afirmou que o país deve ter uma política agrícola clara. “Nesta safra nos comprometemos com R$ 136 bilhões e dissemos se gastar mais, tem mais. Isso é crucial para o desenvolvimento do país”.

Na logística Mato Grosso tem uma boa característica. Além de ser um dos maiores produtores de grãos do país e do mundo, tem aqui a integração de modais. “Aqui teremos que explorar o ferroviário e o hidroviário, que o país sempre abandonou, além do rodoviário, que não foi abandonado mas está sucateado. Vamos ter q unir estes três modais”.

“Aqui está um dos eixos de sustentação do nosso país, que é o agronegócio, alimento que nos dá o diferencial em relação ao mundo. Aqui temos que colocar todo o empenho em construir o que há de melhor no modal de transportes”.

Ela criticou a burocracia não para diminuir a falsificação e nem para deixar mal feito acontecer, mas para acabar com a multiplicidade das exigências necessárias.

A maioria do público que esteve presente foi formado por produtores. Em sua chegada, grande parcela a aplaudiu e uma minoria, vaiou. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, e os ministros dos Transportes, César Borges, e da Agricultura, Antônio Andrade, acompanham. Além dos ministros, estão no evento o governador Silval Barbosa (PMDB), os senadores Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT), o presidente e o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Romoaldo Júnior (PMDB) e Mauro Savi (PR), respectivamente, além de outros oito deputados. Pelo menos dez prefeitos de municípios da região, além de várias lideranças do setor agrícola.

O primeiro a discursar foi o prefeito de Lucas, Otaviano Pivetta (PDT), que contou um pouco da história do município e agradeceu a visita de Dilma. “Somos gratos ao seu governo pelo reconhecimento que estamos tendo, especialmente que começou a olhar para Mato Grosso com a importância que temos hoje”.

O ministro Antônio Andrade disse que o país está começando a colher uma safra recorde com 196 milhões de toneladas e que o Brasil segue para ser líder mundial na produção do grão. Ele afirmou que o crescimento foi de 70% na produção nos últimos dez anos, com a área cultivada aumentando em 10%. O ministro elogiou a força de Mato Grosso, que responde por um quarto da produção nacional, além de ser líder na produção de soja, milho e algodão. Mato Grosso deve colher 46 milhões de toneladas, disse o ministro. O Estado é o principal produtor de grãos e símbolo na revolução na agricultura.

O ministro César Borges disse que o governo tem buscado soluções para agilizar o escoamento da safra gigantesca e afirmou que em cinco anos a BR-163 será duplicada em todo o seu trajeto dentro de Mato Grosso, aproximadamente mil quilômetros.

O governador Silval Barbosa em seu discurso destacou que com a parceria com o governo federal estão sendo feitos três mil quilômetros de pavimentação em dezenas de cidades pequenas que não têm condições de pagar 50% das obras como foi feito com outras prefeituras. Ele fez balanço dos programas educacionais, habitacionais e do setor de energia. Afirmou que Mato Grosso vai promover a Copa do Mundo e trará orgulho aos mato-grossenses.

Silval começou o discurso com algumas vaias, mas após terminar o discurso foi bastante aplaudido.

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