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Vice-governador de MT discute Pacto da Amazônia na Rio+20

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O vice-governador de Mato Grosso, Chico Daltro, participa, hoje, da reunião dos líderes mundiais na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no Rio Centro, no Rio de Janeiro (RJ). Ela representa o governador Silval Barbosa, que devido a compromissos internacionais não pôde comparecer. Junto aos demais governadores e representantes dos estados amazônicos, ele entrega o Pacto da Amazônia Legal ao líderes.

Chico Daltro chegou ao Rio de Janeiro, ontem, para comandar a delegação de Mato Grosso na Rio+20 e participar da reunião do GCF – Força Tarefa de Governadores para o clima e Floresta. Ao lado dos governadores e representantes do Acre, Amazonas, Nigéria e Chiapas (México), o vice-governador falou sobre as experiências e avanços do Estado em relação ao setor florestal, monitoramento o combate às queimadas e o desenvolvimento sustentável. O evento foi realizado no hotel Royal Tulip, em São Conrado, Zona Sul da cidade, e organizado pelo CIFOR (Center for International Forestry Research).

Mato Grosso vem obtendo sucesso na redução do desmatamento, ao mesmo tempo em que aumenta sua produção agropecuária. De 2004 a 2010, o Estado aumentou sua produção de soja e carne e reduziu em 93% suas taxas de desmatamento. Esta conquista é equivalente a aproximadamente 1% da queda mundial nas emissões de gases de efeito estufa à atmosfera – mais de um bilhão de toneladas de CO2 -, no total, resultado obtido sem grandes investimentos de recursos internacionais no Estado.

Sobre a sustentabilidade dessa queda e como o Estado pretende assegurar esta conquista histórica, mantendo as taxas de desmatamento baixas enquanto continua a aumentar sua produção agropecuária, Chico Daltro disse que Mato Grosso deve atuar na implementação de ações que promovam a valorização da floresta em pé e na melhoria da produtividade e redução das emissões de carbono da agropecuária.

Quando o Governo de Mato Grosso lançou o Plano de Prevenção e Combate aos Desmatamentos e Queimadas (PPCDQ/MT), em 2009, foram estabelecidas metas de redução do desmatamento, condicionadas a implementação do Plano e de mecanismos de REDD. Para o primeiro período, de 2006 2010, as metas de redução estabelecidas foram de 64% e o Estado alcançou o índice de 68% de redução, superior à meta voluntária proposta.

Para os próximos períodos, os desafios são ainda maiores. O Estado deve reduzir 75% dos desmatamentos nas florestas, no período de 2011 a 2015, e 80% no período de 2016 a 2020. "Nesse cenário, é importante a valorização da floresta em pé, por meio da ampliação das áreas de manejo florestal sustentável; a melhoria do processo de industrialização da madeira e de seus subprodutos; a estruturação e fortalecimento da cadeia de produtos da sociobiodiversidade e a implementação do mecanismo de REDD+", disse Chico Daltro.

Também precisa haver incentivo à agropecuária de baixa emissão de carbono, com investimento e uso de novas tecnologias; melhoria da produtividade da pecuária; otimização da utilização das áreas abertas com a implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta; aumento da incorporação de carbono no solo, por meio do plantio direto na palha.

Sobre o apoio que Mato Grosso necessita, de parceiros externos ao governo, para construir e implementar um programa estadual de REDD+, o vice-governador disse que é necessário haver apoio técnico e financeiro para ser feito o inventário de emissões de gases de efeito estufa por fontes; o levantamento do carbono estocado nos diferentes tipos de Floresta e de Cerrado, além do registro das reduções, da articulação entre os governos e, a consolidação do mecanismo de REDD+ no âmbito da Convenção do Clima.

Em relação ao REDD+, o mecanismo poderia ajudar a fomentar um novo modelo de desenvolvimento rural e florestal que reduza emissões de gases do efeito estufa, crie empregos, garanta geração de renda, atraia investimentos e melhore a vida de seus cidadãos. "A consolidação de um mecanismo de REDD+ pode contribuir de maneira significativa para inverter a lógica econômica que sustenta e promove o desmatamento ilegal. É um importante instrumento para a promoção da regularização ambiental e fundiária. Além de produzir benéficos climáticos e ambientais, constitui uma oportunidade de implementação de alternativas econômicas sustentáveis para as comunidades que historicamente contribuíram para a conservação das florestas", destacou.

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