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Vaticano revela que papa vive há anos com marca-passo

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Um dia após o anúncio da renúncia do papa Bento XVI, o Vaticano informou hoje (12) que o pontífice, de 85 anos, vive com um marca-passo há anos. A declaração foi feita pelo porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, que reiterou, entretanto, que o líder máximo da Igreja Católica não está com nenhuma doença grave.

Lombardi acrescentou que a última aparição pública de Bento XVI será em uma missa na Praça de São Pedro em 27 de fevereiro, um dia antes de ele deixar o posto no qual permaneceu durante os últimos sete anos. Segundo o porta-voz, o pontífice também não terá nenhum papel na administração da Igreja Católica após sua saída do cargo, nem terá influência formal na escolha do sucessor.

Segundo reportagem publicada pelo jornal italiano Il Sole 24, o papa submeteu-se a uma cirurgia para substituir o marca-passo há três meses. O aparelho regula os batimentos cardíacos com estímulos elétricos.

Em sua coletiva no Vaticano, Lombardi confirmou que as baterias do aparelho foram trocadas na operação de rotina. "Isso não influenciou de qualquer maneira a decisão (sobre a renúncia). Simplesmente, ele constatou que sua vitalidade estava diminuindo com o avanço da idade", explicou Lombardi.

O irmão do pontífice, Georg Ratzinger, disse que o papa havia sido aconselhado por seu médico a não mais fazer viagens transatlânticas. Ele acrescentou que Bento XVI estava pensando em renunciar há meses.

"Quando ele chegou aos 85 anos, sentiu que sua idade estava pesando e que gradativamente estava perdendo suas habilidades, o que o impedia de executar as funções apropriadamente", afirmou Ratzinger à BBC, de sua casa em Regensburg, na Alemanha. Para o irmão do pontífice, a renúncia foi um "processo natural".

O Vaticano agora espera que um novo papa seja eleito antes da Páscoa. Lombardi ressaltou que Bento XVI "não interferirá, sob qualquer hipótese", na eleição do sucessor, que será escolhido por 117 cardeais durante um conclave realizado na Capela Sistina, dentro do Vaticano.

Analistas dizem que os candidatos europeus são favoritos na disputa papal, incluindo os arcebispos de Milão, o italiano Angelo Scola, e de Viena, Christoph Schönborn, ex-aluno de Bento XVI. Outros fortes candidatos podem emergir da África e da América Latina, onde o número de católicos é alto. Entre os possíveis nomes que substituiriam o atual pontífice estão o cardeal Peter Turkson, de Gana, o cardeal Francis Arinze, da Nigéria, e o cardeal-arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer.

Segundo Lombardi, o pontífice deve celebrar uma missa na Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma para os católicos. O último evento público do pontífice, porém, deve ser uma cerimônia na Praça de São Pedro no dia 27 de fevereiro, na qual ele deve se despedir dos fiéis.

Após essa celebração, de acordo com o Vaticano, Bento XVI irá à residência papal no vilarejo de Castel Gandolfo, perto de Roma, antes de partir rumo à clausura em um monastério reformado usado por freiras para um período de orações e reflexão.

"Ele permanecerá em Roma e certamente terá alguns deveres. Além disso, continuará a estudar de maneira a ascender intelectual e teologicamente", disse o irmão do papa à BBC. "Onde for preciso, ele estará disponível, mas não quer interferir nos assuntos de seu sucessor", acrescentou.

 

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