A Gerência Executiva do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Barra do Garças está sob intervenção federal. A decisão, tomada pelo presidente do órgão em Brasília (DF), após pedido da superintendência no Estado, afastou 19 servidores, criou uma equipe de correição, e vai apurar supostas irregularidades cometidas nos últimos 5 anos.
De acordo com o despacho assinado pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, a Gerência de Barra do Garças foi alvo de diversas e reiteradas denúncias de irregularidades, algumas delas pontuais. Análise preliminar apontou a existência de indícios de participação de um número significativo de servidores lotados na unidade e, por isso, houve a necessidade de um afastamento pelo prazo inicial de 30 dias, período que pode ser prorrogado.
Superintendente do Ibama em Mato Grosso, Marcus Keynes Santos Lima, explica que grande parte das denúncias encaminhada para Cuiabá ou Brasília por meio da Ouvidoria era pontual e tratava de ações de fiscalização indevidas. "Cada ação de fiscalização demanda um procedimento a ser adotado e os indícios são que isso, em alguns casos, não ocorria. A equipe responsável pela correição irá analisar estes casos".
Os servidores afastados, segundo Lima, ficam à disposição do órgão, em casa, e podem ser chamados a qualquer momento. "Não estamos procurando ‘cabeças para cortar". Queremos apenas evitar que erros sejam cometidos e orientar a forma correta de se colocar em prática os procedimentos existentes". Outros problemas foram denunciados, mas não foram revelados pelo superintendente.
Desde o início da semana, quando a equipe formada por servidores de Mato Grosso e outros estados chegou à gerência, moradores do município notaram um forte aparato de segurança na portaria. Uma das determinações contidas na portaria que interditou a unidade proíbe a entrada de qualquer pessoa e a retirada de qualquer objeto de dentro das dependências do prédio. "Isso é algo normal. Temos equipes de fiscalização armada e elas atuam em lugares em que há resistência ao trabalho de fiscalização, coisa que não ocorre em Barra do Garças", afirma o superintendente citando o caso da unidade de Vilhena (RO), em que após o anúncio da interdição moradores tentaram atear fogo no prédio do órgão.
Dentro destes 30 dias, a princípio, a equipe de correição deverá analisar todos os relatórios, processos administrativos e outros documentos, bem como realizar vistorias que forem necessárias. "O trabalho não foi suspenso. O setor de protocolo, por exemplo, está atendendo normalmente e existe um servidor que pode avaliar se ouve ou não algum autuado ou qualquer outro cidadão".