Donos de cachorros e ONGs de defesa dos animais realizaram protestos simultâneos hoje em diversos aeroportos do Brasil, em memória do golden retriever Joca, que morreu na última segunda-feira (22), após ser enviado por engano pela empresa aérea GOL. O pet deveria ter sido levado do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para Sinop, mas foi colocado num avião que embarcou para Fortaleza (CE).
Em Sinop, o ato (foto) ocorreu no aeroporto João Batista Figueiredo. Os donos de animais levaram seus pets para protestar contra a falta de segurança nos voos no Brasil para o transporte de animais. Numa das faixas penduradas no terminal é exibida a frase “Não somos bagagem, somos o amor de alguém” e “#Justiça por Joca”.
No aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, dezenas de protetores de animais compareceram exibindo cartazes, cobrando a empresa e mais ações de segurança ao transporte de pets. Também houve protestos nos aeroportos de Guarulhos (SP), Congonhas (SP), Brasília (DF), Confins (MG), Curitiba (PR), Belém (PA), dentre outros.
Joca embarcaria de São Paulo para Sinop, no mesmo voo que o tutor, João Fantazzini, porém foi encaminhado para Fortaleza após erro da empresa. Ao saber do caso, o dono decidiu voltar para o Aeroporto de Guarulhos, onde encontraria o cão, porém encontrou o golden retriever já sem vida.
A médica-veterinária Luciana Machado, especialista em patologia animal, que participou do ato em Várzea Grande, comentou ao Só Notícias sobre o caso. “Esse caso não foi o primeiro e se torna muito problemático para nós, porque os animais quando são colocados no bagageiro há uma alteração na temperatura, fica muito frio quando sobe o avião, e na descida dependendo do local fica quente, tem essa alteração térmica. Assim como nós precisamos do conforto térmico, os animais precisam”, explicou.
“Quando há tanto o processo de hipertermia, o aumento da temperatura corpórea quanto a hipotermia quando é abaixo da temperatura, você tem uma alteração hemodinâmica do animal e, com isso, ele pode estar apresentando um quadro de taquicardia, acaba gerando alterações cardiológicas que podem levar a óbito”, esclareceu a veterinária.
Luciana também explicou um dos pedidos dos tutores no protesto. “Exigiu que o animal independente do peso ele vá na cabine junto com o seu tutor. Não há nenhum impedimento que seja da companhia aérea que o animal vá junto, ele vai pagar passagem, iria ter uma poltrona, qual o problema do animal ir junto do seu tutor? Nenhum. O animal, antes de seguir viagem, é apresentado o documento veterinário, que ele é vacinado, desverminado e que ele está em boas condições para deslocamento aéreo”, pontuou.
Por fim, a veterinária Luciana Machado acrescente que “cabe as companhias aéreas se atentar isso, animal não é carga para ser despachado. Um animal fica como último na hora, eles despacham primeiro a bagagem e depois a carga viva, não faz sentido isso nenhum, deveria ser primeiro a carga viva e depois a bagagem”, concluiu.
Uma reunião foi realizada entre Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério de Portos e Aeroportos com representantes de companhias aéreas – entre elas a Gol – na última sexta-feira definiu algumas ações para melhorar o transporte de animais em porões de aeronaves.
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