Os desembargadores da Terceira Câmara Criminal não autorizaram a redução da pena imposta a Marcelo Sales Pereira, condenado a 32 anos de cadeia por matar a ex-mulher Izabel Aparecida do Amaral, 31 anos. A vítima foi degolada a golpes de facão, em fevereiro de 2018, em uma residência no município de Juara (300 quilômetros de Sinop).
Submetido a júri popular, Marcelo acabou condenado pelo feminicídio e também por tentativa de homicídio, já que havia golpeado o então namorado da vítima, que foi socorrido e acabou sobrevivendo. A defesa do réu ingressou com o recurso no Tribunal de Justiça pedindo para que os desembargadores reduzissem a pena ao mínimo legal e reconhecessem a atenuante da confissão espontânea.
Em parecer encaminhado à Terceira Câmara Criminal, a Procuradoria-Geral de Justiça opinou pelo desprovimento (negativa) do recurso, o que foi acatado pelos desembargadores. Os magistrados consideraram que “o fundamento para considerar-se desfavorável ao apelante as consequências do crime é idôneo, se ao tempo da conduta criminosa a vítima, além de ser jovem, ainda deixa órfã uma criança de tenra idade”.
Os desembargadores também não viram motivos para aplicar a redução com base na atenuante da confissão espontânea. “Não se aplica a atenuante da confissão espontânea, quando o agente alega, em plenário do júri, não se recordar de ter desferido os golpes de arma branca que ceifaram a vida de sua ex-companheira”, consta em trecho da decisão colegiada.
Conforme Só Notícias já informou, o pedreiro de 30 anos acabou preso ainda em fevereiro de 2018, escondido em uma fazenda da região. Quatro dias após o crime, o preso havia se apresentado na delegacia acompanhado de advogado, tendo sido ouvido e liberado por ainda não estar com a prisão decretada. Na ocasião, confessou que matou a ex-companheira, depois de encontrá-la com o namorado dentro da casa.
A vítima foi encontrada no banheiro da residência com o pescoço degolado. O namorado dela também foi esfaqueado, mas socorrido e levado ao hospital. Conforme o delegado, o casal estava separado desde setembro de 2017. Em dezembro daquele ano, o suspeito havia saído de casa e em 30 de janeiro de 2018 os dois assinaram o divórcio. Oito dias depois, Marcelo assassinou Izabel.