Por unanimidade, os desembargadores da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça negaram o pedido de habeas corpus a um dos suspeitos de sequestrar e matar, a pauladas, Luzinete Sacchi Barbosa, 50 anos, a filha Gláucia Sacchi Barbosa, 18 anos, e o filho Matheus Sacchi Barbosa, 14 anos, em dezembro do ano passado. O advogado apontou problemas no sistema do Fórum de Juína e impossibilidade de acessar documentos necessários para a defesa.
Também foi justificado que os interrogatórios dos acusados, na fase inquisitiva, foram feitos sem a presença de defensor, “fator, a seu aviso, a vulnerar irremediavelmente o direito ao contraditório e à ampla defesa”. O advogado ainda pediu liberdade ao acusado, alegando que não restaram “satisfeitos os requisitos autorizadores da custodia preventiva, sem seja em razão do não envolvimento do paciente na empreitada delitiva, seja à míngua do “periculum libertatis” , a impor, pois, a imediata concessão da liberdade àquele, máxime ao se ter em conta o largo lapso temporal até a data designada para a realização da audiência instrutória”.
O relator do processo, desembargador Alberto Ferreira de Souza, negou todos os argumentos da defesa. O relatório dele foi aprovado pelos demais desembargadores.
Conforme Só Notícias já informou, o crime aconteceu em 23 de dezembro, em Juína, no entanto, o último suspeito foi preso em Araputanga. Um dos acusados está preso desde o crime e o comparsa foi localizado, no dia 1º de janeiro, em uma barreira da Polícia Militar, entre Juína e Cotriguaçu. Todos cumprem prisão preventiva e devem responder por extorsão mediante sequestro com resultado morte, estupro e associação criminosa.
Os criminosos invadiram a propriedade e renderam pai, mãe e os dois filhos. A mulher e os filhos foram retirados da propriedade pelos bandidos e o marido, único sobrevivente, que permaneceu na fazenda com um dos suspeitos para forçar pagamento pelo resgate da mulher e dos filhos.
Segundo a polícia, os bandidos tinham conhecimento que o irmão da mulher havia vendido uma fazenda em Juara, no valor de R$ 700 mil, e exigiam cerca de R$ 900 mil para libertação da família. O homem contou que depois de várias negociações foi levado para o mato e, já pela manhã, no dia 23, pediu para tomar água em um riacho próximo, quando conseguiu pegar a espingarda do sequestrador e rendê-lo.
A vítima levou um dos suspeitos até uma fazenda vizinha e pediu ajuda para amarrá-lo enquanto a polícia era acionada. Ele acreditava que a mulher e os filhos estavam vivos. O suspeito levou os policiais até o local onde a família era mantida refém. Mãe, filho e a filha foram encontrados mortos, a pauladas. A jovem ainda foi violentada sexualmente.