Os desembargadores da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça decidiram manter na cadeia o jovem de 19 anos, acusado de tramar a morte do pai, João Bento Espíndola, 44 anos. O homem foi baleado e morto, em agosto do ano passado, quando estava em casa, na rua das Jussaras, no Jardim Violetas. Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE), com base nas investigações da Polícia Civil, o rapaz teria contratado o assassinato do genitor para receber uma herança.
A defesa alegou, no pedido de habeas corpus, que não há “qualquer indicativo de que o paciente tenha constrangido quaisquer dos envolvidos na investigação, ou mesmo tenha desafiado qualquer autoridade policial ou judicial a fim de atrapalhar as investigações”. Outra justificativa da advogada para que o jovem fosse solto é de que ele “confessou a prática delitiva, é primário, tem endereço certo e trabalho lícito”.
Para os desembargadores, “a forma de execução do delito denota maior gravidade da conduta e da periculosidade social do agente” e, desta forma, “afigura-se autorizada a constrição cautelar, notadamente por se tratar de patricídio”. Na decisão colegiada, ainda consta que os magistrados levaram em consideração a “proximidade/parentesco do paciente com as testemunhas/informantes, dentre as quais sua mãe e dois irmãos [sendo um menor de idade], justifica a custódia cautelar, igualmente, por conveniência da instrução processual”.
Em dezembro, conforme Só Notícias já informou, policiais da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) cumpriram mandado de apreensão contra um adolescente de 13 anos, acusado de envolvimento na morte de João. Além do filho da vítima e do menor, outro acusado havia sido preso, no início do mês passado.
“Com as investigações em andamento após prisão do filho, réu confesso, e o executor, faltava o terceiro. Deu um pouco mais de trabalho, mas conseguimos fazer a apreensão dele” que “desde o primeiro momento, fez toda a trama, foi junto, entrou na residência e praticou o crime. Ele confessa o fato, não se esquivou da culpa, confessa a mesma narrativa dos outros que confessaram também. Afirma que não sabia que era para executar o João. Disse que era somente um roubo e iriam dividir certa quantia (em dinheiro) que estaria na casa. O outro sabia que o filho mandou executar e tentaram simular um roubo que não deu certo. Teria um cofre na residência com cerca de R$ 7 mil e seria dividido entre eles após executar o suposto roubo”, explicou, em dezembro, o investigador Fábio Augusto.
Na época do crime, a Polícia Civil investigou um possível roubo, com base na versão de que bandidos entraram na casa e dispararam contra João Bento. No entanto, conforme a denúncia, o jovem teria combinado a simulação do assalto com os outros dois suspeitos.
Os bombeiros foram até a residência, mas a vítima não resistiu aos ferimentos. No boletim de ocorrência é relatado que um criminoso, usando “jaqueta verde”, ameaçou a esposa de João, que estava desesperada, “para não se meter porque, do contrário, mataria ela também”. É descrito ainda que o casal estava dormindo e ela acordou com barulho, viu um suspeito sair do quarto muito rápido e, “se levantando, viu seu marido sangrando na cama”.
Os criminosos ainda fugiram com a caminhonete Hilux prata da vítima, que foi foi localizada, no dia seguinte, no bairro Maria Carolina 2, com uma marca de tiro no parabrisa.