Os desembargadores da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça não aceitaram o recurso da defesa para despronunciar Cláudio de Souza, 46 anos, pelo homicídio, com um tiro de espingarda, de Geyle Cristina da Silva, em dezembro de 2004, no município de Alta Floresta. Com a decisão, “Peninha”, como também era chamado, deve enfrentar um novo júri popular, ainda sem data definida.
Apesar de Cláudio ter confessado o crime, a defesa alegou ausência de provas de materialidade dos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. Os argumentos não foram aceitos pelo relator, desembargador Rondon Bassil Dower Filho. Ele lembrou que, interrogado em juízo, Peninha afirmou que “na data dos fatos, efetuou um disparo de arma de fogo na direção da cabeça da vítima que, imediatamente, caiu ao solo. Em seguida, enterrou o corpo no local da execução”.
“Não se afirma que o recorrente é o autor dos crimes, mas, apenas, que há elementos de convicção nos autos que tornam possível o teor da denúncia, cabendo aos jurados, na oportunidade própria, examinar a prova e dar o seu veredicto, escolhendo entre as versões plausíveis existentes nos autos; portanto, inviável a pretendida despronúncia, tampouco a exclusão das qualificadoras”, decidiu Rondon.
Geyle foi vista pela última vez no dia 18 de dezembro de 2004 em uma festa, próximo ao local de onde Maria Célia (outra vítima do assassino) também tinha desaparecido em fevereiro daquele ano. Segundo testemunhas, Geyle, por volta das 3h da madrugada, saiu do baile sozinha para trocar seu calçado, pois o salto tinha quebrado e não foi mais vista. O assassinato dela foi confessado por Cláudio em 2008.
Conforme Só Notícias já informou, este ano, um júri popular de Cláudio de Souza foi adiado, em razão da rebelião no presídio Ferrugem, em Sinop (onde ele está preso). Ele responderia em abril pelos assassinatos de Antônio Batista de Souza Filho e Liania de Souza Alves, mortos a tiros. Os crimes ocorreram em Alta Floresta (300 quilômetros de Sinop) e os corpos foram encontrados em julho de 2006. Por estes assassinatos, Cláudio será julgado no dia 17 de agosto. Perante aos jurados, ele vai responder por duplo homicídio cometido mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Ano passado, o juiz Douglas Bernardes também pronunciou Cláudio pelo assassinato de Sirlene Ferreira de Souza. O crime ocorreu em julho de 2003, em uma residência, no bairro São José Operário. Consta no processo que “Peninha”, como também era conhecido, teria discutido com a vítima e, em seguida, a matou com um tiro de espingarda na cabeça. Pelo crime, Cláudio teve outra prisão preventiva cumprida.
Em outubro de 2016, o “maníaco da lanterna” foi condenado pelo juiz a mais 27 anos de prisão pelo latrocínio do guarda noturno Armandio da Silveira, ocorrido em 8 de dezembro de 2001, no pátio de uma madeireira na vicinal 2ª Leste, em Alta Floresta. As investigações apontaram que Cláudio se aproximou e desferiu vários golpes com um pedaço de madeira na cabeça da vítima, que estava sentada. O objetivo do crime, segundo consta no processo, era roubar um revólver calibre 38, utilizado por Armandio.
Cláudio de Souza foi preso em 2005, mas conseguiu fugir. Ele foi recapturado meses depois e, desde então, está detido no presídio Ferrugem, onde cumpre mais de 80 anos de pena. Ele é acusado de assassinar 11 pessoas e também responde por estupro.