Três homens irão a júri popular pelo assassinato de Paulo Sergio da Silva, 33 anos, ocorrido em abril do ano passado, no bairro Habitar Brasil, em Cláudia (90 quilômetros de Sinop). A juíza Thatiana dos Santos determinou que o trio seja submetido a julgamento por homicídio qualificado cometido por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Conforme a denúncia do Ministério Público, os acusados esperaram Paulo entrar em casa e invadiram o local “de forma sorrateira”. Eles teriam arrombado a porta da frente do imóvel e encontraram a vítima dormindo em um colchão. A denúncia aponta que o grupo “aproveitando-se da superioridade numérica, surpresa, avançada hora e modus” matou Paulo com diversos golpes de arma branca. A vítima ainda teve uma das pernas quebradas.
Um policial civil, em depoimento à justiça, disse que o crime foi cometido por vingança. Ele explicou que a Polícia Civil apurou que a vítima teria, na semana anterior, lesionado dois dos suspeitos. Paulo teria agido assim porque, segundo o policial, queria ser uma espécie de “justiceiro” indo “tirar satisfação” com quem causasse intranquilidade no bairro. O escrivão afirmou que nunca tinha visto uma cena de crime tão chocante, pois a violência utilizada em face da vítima foi brutal”.
“Diante disso, existem indícios de materialidade e autoria, cabendo aos jurados à análise de eventual não participação dos acusados, eis que a fundamentação da decisão de pronúncia limita-se a um juízo de admissibilidade da acusação, através da verificação de indícios suficientes de autoria e materialidade do fato, evitando-se o aprofundamento na análise da prova até então produzida, preservando-se, por conseguinte, a imparcialidade dos jurados na formação do veredicto”, disse a juíza.
A magistrada ainda determinou que o réu deverá aguardar o julgamento na prisão. O trio nega envolvimento no homicídio. Paulo foi sepultado em Cláudia.