Dois trechos da BR-158 estão bloqueados pelas famílias que estão sendo retirados da reserva indígena Marãiwatsédé – Siuá Missu em Alto Boa Vista, em protesto à ação de despejo autorizada pela justiça federal. A Polícia Rodoviária Federal confirmou, ao Só Notícias, que primeiro é no entroncamento com a MT-242, onde fica o Posto da Mata, sendo o outro, entre os quilômetros 500 e 630, em Ribeirão Cascalheira (desde início da retirada, dia 10, com intervalos). Outros trechos que também estavam fechados em Água Boa e Porto Alegre do Norte já foram liberados.
Segundo a PRF, as negociações para liberação dos trechos fechados estão sendo feitas, porém, não foi confirmado se isso deve ocorrer ainda hoje, já que os protestantes estariam irredutíveis. A assessoria confirmou que equipes da Força Nacional devem chegar em breve para “abrir” as passagens, tendo em vista autorização do governo federal.
Deputados estaduais cobraram, ontem, ação enérgica do Governo do Estado em favor dos moradores. No governo federal, A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, solicitou aos senadores a criação de uma comissão para acompanhar a retirada. Ela reforçou que fez todo o esforço e o que estava ao alcance para tentar encontrar uma solução que atendesse todos os lados. “Infelizmente, não depende apenas do Executivo. Como existe uma lei, uma decisão judicial, nós pouco podemos fazer a partir de agora. Por isso, sugiro que haja um empenho dentro do Senado também, até porque outros estados passam por problemas como Mato Grosso e a discussão tem que ser mais ampla”, apontou.
Cerca de um terço dos 165 mil hectares “pertenceria” a 23 grandes produtores. Levantamento aponta que 7,5 mil pessoas estariam na terra dos índios. A Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou que pelo menos oito fazendas na região já foram desocupadas.