O juiz federal Fábio Henrique Rodrigues Fiorenza foi transferido da Vara de Diamantino (208 km a Médio-Norte da Capital) para Cuiabá. Um dos últimos casos de grande repercussão estadual onde atuou foi na Operação Terra Prometida, quando determinou as prisões de 52 pessoas acusadas de envolvimento com compra e venda ilegal de lotes no Projeto de Assentamento Itanhangá, nas região Médio Norte.
Os mandados de prisão foram acolhidos em novembro do ano passado, atendendo pedido da Polícia Federal. Na época, foram apontados como envolvidos no esquema fazendeiros, agricultores, políticos, sindicalistas e funcionários do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra). O assentamento é o segundo maior da América Latina e conta com mais de mil lotes, cada um avaliado em mais de R$ 1 milhão.
Durante as investigações, o delegado da PF, Hércules Sodré Ferreira, a procuradora da República, Ludmila Bortoleto Monteiro e o magistrado receberam ameaças. Um dia após a soltura dos acusados, o delegado recebeu uma ligação anônima intimidatória. Rastreamento do número apontou que o contato ocorreu a partir de um telefone público de Itanhangá. Outras três testemunhas do caso também foram ameaçadas.
Conforme o juiz, a transferência dele não teve qualquer elo com a ligação para o delegado. Ele pontua que o processo para sua remoção havia sido concluído desde a metade de 2014, mas aguardava a nomeação de outro juiz para ocupar a Vara de Diamantino.
Desde o dia 7 de janeiro, quando encerrou o recesso forense, a vaga do interior foi preenchida pelo juiz Rafael Branquinho, do estado de Goiás, e Fiorenza assumiu o serviço em Cuiabá. As investigações da operação Terra Prometida e ameaças contra as autoridades públicas continuam sob a responsabilidade da Polícia Federal. Porém, a instituição não informou detalhes dos andamentos atualizados.