Cerca de 15 representantes de associações, sindicatos, Pastoral da Terra e movimentos sociais de luta pela terra foram recebidos, ontem, pelo presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Paulo da Cunha. Eles vieram pedir o apoio do Judiciário nas questões relativas à reforma agrária no Estado.
Durante quase duas horas todos puderam relatar os principais problemas enfrentados pelas famílias que aguardam assentamento em Mato Grosso. Eles falaram das dificuldades, das ações de despejo e da falta de condições dos acampamentos.
O presidente Paulo da Cunha afirmou que o Poder Judiciário de Mato Grosso está aberto ao diálogo e que este diálogo não deve ser isolado, mas sim em conjunto. “Ninguém faz nada sozinho. Vamos construir este canal de comunicação com os senhores. Tenho certeza que o governador do Estado está empenhado em participar deste diálogo, bem como a Defensoria Pública. As mudanças nem sempre acontecem na velocidade que queremos, até mesmo porque a questão agrária não é um problema que nasceu ontem, ele vem se arrastando há décadas”.
O coordenador da Pastoral da Terra em Mato Grosso, padre Paulo César Moreira Santos, elogiou a iniciativa do Judiciário em abrir este canal de conversação. Conforme ele, a expectativa agora é conseguir uma agenda com o governador do Estado, Pedro Taques, para tratar do assunto.
O deputado estadual, José Carlos do Pátio, que acompanhou os representantes dos trabalhadores sem terra no Judiciário, destacou que este não é o momento do enfrentamento, mas sim do diálogo. “Sei que vocês não foram ouvidos nos últimos anos, mas vamos construir uma relação de diálogo a partir de agora”.