Mais de dois mil trabalhadores de indústrias madeireiras de Sinop, Itaúba, Feliz Natal e Vera participaram hoje de manhã, em Sinop, do protesto contra a morosidade do Ibama em liberar planos de manejo para madeireiras extraírem toras e retomarem a produção normal nas indústrias, contendo a onda de desemprego no setor.
Eles se concentraram em frente a Gerência Regional do Ibama por volta das 07:30hs.
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Com faixas, cartazes e panelas atuais funcionários e os que foram demitidos fizeram um panelaço. Alguns chegaram a entrar no escritório para pressionar ainda mais gritando “a madeira dá emprego. O Ibama, desemprego”. O vidro da porta foi quebrado. Os coordenadores do manifesto algumas pessoas antes mesmo da polícia chegar. Para afastar alguns manifestantes da porta do Ibama, soldados da PM utilizaram spray de pimenta. Não houve incidentes, segundo os organizadores.
O movimento prosseguiu do lado de fora com discursos de sindicalistas com duras criticas ao governo pela falta de estrutura adequada para o Ibama atender o setor que vive uma estagnação nos últimos 60 dias. Faltam procuradores no Ibama para despachar os planos de manejo. E, sem os planos, as madeireiras não conseguem extrair toras para serem beneficiadas. Uma das consequências é o desemprego. Foram cerca de duas mil demissões snetre Junho e Julho.
Depois do panelaço, os trabalhadores fizeram uma passeta na avenida Julio Campos ( a principal da cidade). Na praça das Bandeiras foi queimado um caixão ” do Ibama, das injustiças e do emprego”.
O presidente do Siticom (Sindicato das Indústrias do Norte de Mato Grosso), Vilmar Galvão, ressalta que “a partir de hoje, tudo pode acontecer. Nós não nos responsabilizamos pelos atos que venham a acontecer, até porque a sociedade está indignada. Questiona-se fechar a BR, fechar órgãos públicos, enfim, muita coisa vai acontecer”, adiantou.
“Os trabalhadores participaram do movimento e entenderam a mensagem, principalmente porque são eles que estão vivendo o momento, em que eles estão ameaçados a cada hora e cada instante, de perder o seu emprego”, relatou Vilmar. “O que nós queremos é uma solução, que faça com que políticos direcionem uma política ambiental”, conclui.
No período da tarde, uma equipe do Siticom vai continuar em frente ao Ibama fazendo rescisões trabalhistas de indústrias madeireiras. Desde julho, quando foi deflagrada a Operação Curupira e o Ibama passou por uma intervenção, foram liberados apenas 5 planos de manejo. Sem madeira estocada para o período chuvoso e sem poder derrubar, as empresas madeireiras já demitiram milhares de funcionários e muitas já até fecharam as portas.
As madeireiras ficaram fechadas hoje em apoio a manifestação do Ibama. Dirigentes do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso- Sindusmad- estiveram participando das manifestações.